Falcão promete mobilizar recursos para salvar mais de 10 mil hectares de culturas no Dombe-Grande

Falcão promete mobilizar recursos para salvar mais de 10 mil hectares de culturas no Dombe-Grande

Camponeses no Dombe-Grande manifestaramse apreensivos com o cenário de assoreamento que, neste momento, caracteriza o rio Coporolo, argumentando que tal ameaça põe em causa os investimentos até aqui feitos, caso não haja uma intervenção do governo.

De entre as engenharias a serem feitas no rio, o destaque recai para a sua regularização, de modo facilitar o curso normal da água.

Os homens do campo recorrem à história para sustentar a tese de que os mais de 10 mil hectares de culturas correm risco de devastação. A concretizar-se, pôr-se-á em causa a vida de centenas de famílias que dependem fundamentalmente do campo, associado ao facto de boa parte dos produtos que chegam às mesas das famílias de Benguela ser proveniente do Dombe. O município é tido como um dos principais pulmões da agricultura na província.

Os camponeses temem que, em época chuvosa, aconteça o pior, apontando, por isso, os meses de Outubro, Novembro e Dezembro como sendo os mais críticos.

Em declarações à TV Zimbo, António Noé, que apostou na cultura do milho, vê comprometido os nove hectares do cereal, com uma previsão de colheita na ordem das oito toneladas por hectar.

“Esta produção toda, na sua maioria, vai para o mercado local”, sugere o agricultor, sem nunca perder de vista o mercado de Luanda.

Assim como Noé, Toni Figueireido, outro agricultor, que tem na cultura da banana a sua grande aposta, com 30 hectares, está igualmente apreensivo e vê-se, neste sentido, impotente face ao que está por vir, pois a sua cultura está ameaçada devido às cheias no rio Coporolo, por conta da falta de desassoreamento.

As previsões deste homem do campo, em termos de colheita, apontam para 11 toneladas só de banana.

“Se a gente não pegar o rio, acaba, se calhar, por perder o vale do Dombe-Grande. Já perdemos uma parte, que é a do Luachu”, disse. O agricultor refere que o rio mudou de leito, logo, as projecções, caso as chuvas sejam semelhantes as de anos anteriores, não serão nada animadoras para a classe de agricultores no Dombe.

“As águas, em vez de passarem pelo rio, passaram a usar a parte que era respiradora”, disse, reclamando, contudo, os custos elevados dos insumos agrícolas e gastos com combustíveis. A solução, segundo sugere, passaria por investimento na energia.

Face às reclamações dos agricultores, feitas à Zimbo justamente na altura em que o governador de Benguela cumpria uma agenda de trabalho no Dombe-Grande, Rui Falcão Falcão considera imperioso que se mobilizem recursos financeiros para se proceder a uma intervenção no rio. Antes, Falcão já invocara a falta de dinheiro.

Em declarações à imprensa, o governante afirmou que a principal acção deverá passar, necessariamente, pela regularização do rio, daí que tenha prometido pressionar o Governo Central neste sentido.

“Vamos fazer aquilo que nos compete. Vamos sensibilizar os órgãos centrais para a urgência que há na recuperação das infraestruturas”, disse.

Constantino Eduardo, em Benguela