Editorial: A homenagem

Editorial: A homenagem

Há informações de que a Assembleia Nacional homenageou Waldemar Bastos e Carlos Burity. Pode não se ter tratado de alguma decisão consensual, mas ainda assim se aceitou com base nos trabalhos jornalísticos, sobretudo os que sempre estiveram disponíveis.

Felizmente, mesmo que não se queira, é difícil deixar de perceber o quanto temos procurado mostrar aos angolanos os princípios e valores que mais vão de encontro com aquilo que país nos deu. Angola é tida hoje como um dos melhores ou piores países para se viver. Para tal, há quem se sinta satisfeito, mas ainda assim alguns dos seus filhos verteram suor e lágrima.

As divisões, sejam políticas ou sociais, ocorreram num passado em que as próprias circunstâncias tinham pouco para nos oferecer. E pessoas como Burity e Waldemar fizeram o possível para unir os desavindos. O tempo em falta tem de tudo para que possámos reescrever o que falta no nosso processo.

 Mas, para isso, é necessário que haja quem tenha vontade para continuar. Felizmente, ainda existem muitos filhos deste país disponíveis para contar e escrever a história. Mas não se pode esperar que só no leito ou depois de mortos sejam reconhecidos.