E assim…Farra rija

Ainda ecoam os desabafos em torno do valor do contrato para a feitura de uma música para a comemoração do 45º aniversário da nossa independência, mesmo depois de diversos segmentos da nossa sociedade terem garantido que o montante serviria, igualmente, para outros pormenores da efeméride.

Não sei se pelo facto de o vencedor ser uma figura pública, no caso o cantor Big Nelo, com a sua carga, ou somente pela cifra que não deixa de ser assustadora. Entretanto, longe dos holofotes estão outras questões que devem merecer também, por parte da sociedade, a mesma ‘prontidão combativa’ quanto à fiscalização.

Refiro-me a determinados contratos e referidos números de empreitadas de obras públicas no Programa de Integrado de Intervenção aos Municípios (PIIM) que são aterradores, um pouco por todo o país, independentemente da distância que se deve percorrer, projectos que que deveriam merecer alguma reapreciação, até porque não se trata de obras cujos materiais teriam de sair completamente de Luanda ou de outras cidades do litoral.

A forma quase estouvada com que alguns parecem imprimir ao PIIM poderá retirar a nobreza deste projecto que contou com o apadrinhamento do Presidente da República, João Lourenço, que auspicia dar alguma qualidade de vida a muitos angolanos, sobretudo no interior. Já nem convém falar daqueles que tentaram inscrever obras acabadas em determinadas rubricas. A existência de orçamentos quase irrealistas levanta interrogações sobre possíveis indícios de sobrefacturação, que é um parente muito próximo do sector das obras públicas em Angola.

À sociedade civil compete denunciar os casos, como alguns mencionados na Huíla, os balneários no Moxico, as residências para administradores na Lunda-Norte e tantas outras. Espera-se que, nalguns casos, as autoridades tentem, no mínimo, averiguar.

Em tempos de vacas magras é necessário que a vigilância seja redobrada.