Carta do leitor: Sabe com quem está falando?

Gregório José Nós já ouvimos notícias, histórias e até vivenciamos no nosso dia a dia fatos ligados à chamada “carteirada” ou a frase “sabe com que está falando”? Porém, hoje, grande parte se acha no direito de criticar quem faz este tipo de ação ou se dá ao prazer de querer ser mais do que quem a interpela.

Quase sempre uma autoridade do trânsito, um policial em serviço ou um atendente de hotel, um porteiro cumprindo seu papel e dever de identificar o interlocutor que, sentindose ofendido, acha que é possível a todos conhecer essa pessoa e dar-lhe o devido crédito e respeito (que não merece, por tentar intimidar).

No passado não tão distante ouvia de minha mãe ou meu pai, que eu fosse em determinam do lugar e me apresentasse como sendo filho de fulana ou fulano”. Está aí a tal carteirada que, na época, achava muito bom, pois abria várias portas dizer quem eu era e filho de quem. Depois cresci e passei a ser Gregório da rádio “tal”. Mas eu não usava esse artifício que ouvia muitos colegas de profissão fazê- lo. Eu era e ainda sou o Gregório José. Simplesmente, nem de onde e nem de tal empresa.

Não preciso me fazer valer do cargo que ocupo ou função que exerço para abrir uma porta ou destravar um empecilho. Mas, lá atrás, meus pais me ensinaram (na maior naturalidade e sem má fé) a dar carteiradas. Só que alguns usaram no passado e ainda se acham no direito de fazer assim. Ledo engano.

Somos todos iguais, filhos do mesmo Deus (há quem não acredite, mas tudo bem) e assim o seremos. Nascemos pelados e morremos sem levar nada deste mundo, então quem eu sou hoje, não precisa interferir nas minhas ações e, as consequências que virão dos fatos cometidos, que eu pague por eles. Não pelo cargo que exerço, que nada tem a ver com o caso. Pensem nisto. Gregório José Luanda