Militantes culpam Agostinho Kamuango pela letargia da JURA

Militantes culpam Agostinho Kamuango pela letargia da JURA

Uma corrente inconformada de militantes da JURA, braço juvenil da UNITA, culpa Agostinho Kamuango, actual secretário-geral, pela letargia a que está submetida a organização. Segundo os militantes, que preferiram falar sob anonimato, desde a ascensão de Agostinho Kamuango ao comando da organização, em Novembro de 2018, a JURA tem vindo a decair cada vez mais. Dizem que Kamuango demonstra não ter programas concretos e vai levando a JURA para a decadência, situação que, afirmaram, poderá ter desvantagens para a organização, a julgar pelo número de jovens que a organização vem perdendo. Diferente dos outros tempos, as fontes disseram que a JURA perdeu a visibilidade e o impacto que detinha nas anteriores direcções.

Assim, referem, para os próximos tempos, os inconformistas manifestaram a intenção de escrever uma carta ao presidente do partido, Adalberto Costa Júnior, para que este repense a possibilidade de uma eventual interrupção da direcção de Agostinho Kamuango e ser substituído por uma figura que saiba corresponder com os desafios da JURA. “Nem que para isso se vá a um congresso extraordinário. Mas a verdade é que a nossa organização tem perdido muitos militantes por falta de proactividade e visão política do nosso actual secretário-geral”, apontaram as fontes.

São intrusos do regime Por seu lado, Agostinho Kamuango, secretário-geral, refutou as acusações e disse que estas pessoas não são propriamente militantes da JURA, mas sim forças inconfessas e intrusas orientadas pelo regime político do MPLA. Acredita que o objectivo seja desestabilizar e criar um mau clima no seio da organização. Segundo Agostinho Kamuango, muitas das acções e programas planificados este ano só não tiveram saída em função do actual contexto sanitário do país motivado pela Covid-19.

Conforme explicou, num contexto diferente, nessa época a organização já estaria a fazer balanços das actividades realizadas nos primeiros seis meses do ano. Mas, frisou, a situação da pandemia condicionou uma serie de projectos, o que vai obrigar a agremiação a tomar novos rumos e traçar novas políticas. Poem, ainda assim, Agostinho Kamuango fez saber que, apesar dos condicionalismos, a organização continua a desenvolver accções pelo país adentro, quer a nível dos secretariados províncias como municipais. Por outro lado, Agostinho Kamuango disse não ser verdade que haja militantes a “fugir” da organização.

“Pelo contrário, temos o registo de novos membros quase diariamente, mas a imprensa pública não passa porque não interessa o regime do MPLA. Por exemplo, nesse momento o número de membros ultrapassou os 1 milhão e 350 mil jovens. E continuamos a trabalhar na conquista da confiança de novos membros”, apontou. Agostinho Kamuango disse que a JURA continua a merecer a confiança da direcção do partido com quem tem trabalhado para o reforço da democracia e unidade da UNITA.