Trump é um perigo para controlo de armas e pode ser tarde para renovar Novo START, diz filósofo

Trump é um perigo para controlo de armas e pode ser tarde para renovar Novo START, diz filósofo

Mesmo com o mau historial de controlo internacional de armas por parte do Partido Democrata dos EUA, é Donald Trump, o actual presidente, que aumenta o risco de as armas nucleares serem usadas, afirma Noam Chomsky, autor de dezenas de livros e intelectual norte-americano, em entrevista à RT.

“É por isso que o famoso Relógio do Juízo Final tem se aproximado da meia-noite cada ano que Trump tem estado no poder”, disse Chomsky em referência ao Boletim de Cientistas Atômicos, um projecto de um grupo de cientistas criado em 1947 que, usando diversas medições, calcula a probabilidade de o mundo acabar, originalmente apenas ao nível de controlo nuclear internacional.

Segundo refere, o grupo “abandonou os minutos [e] passou para os segundos: 100 segundos para a meia-noite” em Janeiro, depois dos eventos que se seguiram ao assassinato de Qassem Soleimani, general de topo do Irão, pelos EUA.

Chomsky mencionou os tratados de controlo de armas abandonados pela administração Trump, incluindo o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário de 1987 entre a URSS e os EUA, que garantia a segurança na Europa através do controlo das armas nucleares, rompido em 2 de Agosto de 2019.

Além disso, citou o Tratado de Céus Abertos de 2002, que permitia vôos militares mútuos entre 34 países signatários, que os EUA disseram que abandonariam em 21 de Maio de 2020, e o “atraso, por motivos frívolos, na renovação do tratado Novo START” de 2010, que prevê o desarmamento nuclear da Rússia e dos EUA, e que expira em 5 de Fevereiro de 2021, a não ser que seja prorrogado. “Talvez seja tarde demais para o renovar”, teme Noam Chomsky.

Rearmamento à vista Assim, de acordo com o autor, Donald Trump tem “continuado os seus ataques ao regime de controlo de armas que, de certa forma, limitou a enorme ameaça de destruição nuclear”. Sob a administração Trump, os EUA estão a “caminhar para a criação de novas armas de destruição muito mais ameaçadoras, contra as quais não há meios de defesa possíveis”, disse o intelectual, em possível referência aos últimos avanços tecnológicos do Pentágono no desenvolvimento de armas hipersónicas. “Os democratas não têm um historial bonito nesta questão [controlo de armas], mas eu diria que não é nada parecido com isto [com Trump]”, comentou.