Países africanos apostam na vacina russa Sputnik V para enfrentar pandemia no continente

‘Um dos temas que abordei com o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov foi a mensagem dos países da IGAD, dos chefes de Estado e de Governo dos países da IGAD que represento, que me pediram para que os povos africanos sejam os beneficiários desta vacina, quando estiver disponível”, afirmou Gebeyehu à Sputnik.

A IGAD é um bloco económico da África Oriental constituído pelas nações Eritreia, Etiópia, Quénia, Somália, Sudão, Sudão do Sul, Uganda e Djibuti. Gebeyehu indicou que Lavrov acolheu positivamente a proposta.

A África já registrou mais de 1,3 milhão de casos de coronavírus, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O secretário-executivo da IGAD sublinhou que a população não pode permanecer em constante paragem económica.

“Existe uma grande quantidade de jovens em África, muitos deles sem trabalho; as pessoas não podem simplesmente ficar em casa e morrer. São necessárias medidas de urgência, não só para a região do Corno de África ou para a região da IGAD, mas para toda a África. Estamos a pedir aos nossos amigos da Rússia que considerem a África como receptora da vacina contra a Covid-19”, enfatizou.

Em 11 de Agosto, a Rússia registou a primeira vacina contra o coronavírus no mundo. Actualmente, o medicamento, que gera imunidade de dois anos, está a passar pelos testes da terceira fase com cerca de 40 mil voluntários.

A vacina, elaborada pelo Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya e financiada pelo Fundo Russo de Investimentos Directos (RFPI, na sigla em russo), é baseada em dois vectores adenovirais humanos.

A revista científica britânica The Lancet publicou em 4 de Setembro os resultados das fases um e dois dos testes clínicos que confirmaram a segurança e a eficácia da Sputnik V.