PIIM de Luanda

A praxe exige que sempre que um governador chegue ou percorra, milimetricamente, todas as artérias da sua área de jurisdição conhecendo o que existe e identificando as necessidades que devem ser colmata- das.

Em Luanda, a cidade dos mil e um labirintos, também tem passado por isso. Por isso, quem quer que venha a dirigir a capital terá sempre à frente não só os problemas apresentados pelos cidadãos como os inúmeros vícios cimentados ao longo das gestões anteriores.

A ideia de que Luanda é um cemitério de quadros emana desta triste realidade, ou seja, de uma certeza em que vários poderes incluindo os superiores, acabam por suplantar as vontades de quem tenha sido escolhido para dirigir a província.

Quando Joana Lina chegou ao poder, em Luanda, depois de uma curta passagem pela histórica e sossegada província do Huambo, se questionava como esta influente dirigente do MPLA se iria repartir. Para muitos, seria apenas uma questão de poucos meses e outros, mais pessimistas, viam nesta ascensão um arranjo temporário da governação do Presidente João Lourenço.

Os sinais vão indicando que, depois de ter ascendido ao cargo de primeira secretária do MPLA também na capital, o que era inevitável, Joana Lina é aquela de quem se espera um resultado satisfatório em Luanda.

A capital é um emaranhado de interesses. Mergulhada ou não em névoa, espera-se por resultados nos próximos dias, tendo em conta os constantes apelos da população.

Mesmo que não tenha sido da sua gestação, será nos projectos do Programa Integrado de Intervenção Municipal em que a governadora deverá se socorrer nos próximos meses se quiser mostrar resulta- dos palpáveis nas disputas eleitorais que se avizinham.

Segundo dados avançados pela directora do Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatísticas do GPL, Carla Gomes Leitão Nunes, estão em curso, na capital, 91 projectos, sendo 40 escolas, 12 unidades hospitalares, esquadras policiais e a reabilitação de vias de comunicação rodoviária. Relata a Angop que destes projectos apenas a reabilitação da escola do ensino secundário Angola-Cuba foi concluída. Entre Outubro deste ano e Fevereiro de 2021 está prevista a conclusão das obras de 50 escolas, das 76 previstas, do ensino geral.

Daí a necessidade de se exigir mais dos empreiteiros para a conclusão e esperar- se que tenham qualidade. Para tal, será necessário que a governadora calce botas, use coletes e outros adereços para que os prazos sejam cumpridos.