É de hoje… Afinal, não estamos mal!

Quando se fala em Covid-19 em Angola, a primeira imagem que sobressai é, indubitavelmente, a do secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda. Dia sim, dia não, é vê-lo, umas vezes cansado e outras bemdisposto no Centro de Imprensa Aníbal de Melo, em Luanda, para apresentar o balanço da evolução da epidemia no país.

Dono de uma folha de serviço e curriculum invejável, é por seu intermédio que se fica a saber quantas infecções ocorreram, o número de recuperados e, infelizmente, também quantos vão a óbito. O que é dito pelo secretário de Estado serve depois de barómetro para se aferir até que ponto o Executivo tem ou não fraquejado nas acções para o combate à doença que levou a vida a mais de um milhão e 300 mil pessoas no mundo.

Quando se trata de averiguar a vinda de medicamentos, o homem lá está. Se faltar testes também deve falar. Se aumentar o número de mortes idem. Embora coadjuvado algumas vezes pela ministra da Saúde, Sílvia Lutukuta, mais é o rosto do secretário de Estado que a governante escolheu para o coadjuvar no ministério que tem vindo a ser mais marcado, incluindo naqueles momentos em que se pensava que a situação estivesse fora do controlo.

Quando, ontem, escutamos a nova representante da Organização Mundial da Saúde no país dizer que Angola soube lidar convenientemente com a doença, isto desde que surgiram os primeiros casos, sobressaiu logo a figura de Franco Mufinda. Não que seja aquela que mais se tem destacado, mas por ser representativa de todos quantos labutam diariamente nos hospitais, centros de saúde, laboratórios de diagnósticos e outros espaços em que são desenhados os passos para o combate contra a Covid-19. Não sendo uma tarefa fácil, tendo em conta os cenários que se assistem noutras partes do mundo, onde uma segunda vaga vai criando enormes estragos, o reconhecimento da Organização Mundial da Saúde serve de alento para o próprio Executivo angolano.

Quando se pensa que está tudo mal, sobretudo com país registando mais de 13 mil casos e acima de 300 mortos, há quem pense o contrário. E a folha de serviço de Djamilia Cabral, a nova representante da OMS, depois de ter passado por países como Moçambique, Costa do Marfim, Burkina Faso e coordenado a equipa de Apoio Interpaíses desta organização para a África do Oeste não permite grandes erros de interpretação, sobretudo quando se está a lidar com uma doença extremamente perigosa. Afinal, não estamos tão mal como se pensava. Que Deus nos proteja e o Executivo faça a sua parte.