É de hoje…Memes e verdade

Em dias de azáfama é preciso ter sorte para que o nome não calhe entre os escolhidos para as acções que supomos serem da responsabilidade de outras entidades, mesmo que sejas o superior responsável do próprio Estado.

Há quem acredite no que lhes é dado a ver inicialmente com véu, como se não existissem outros panos que permitam aos demais saber até que ponto a verdade pode ser melhor percebida e encarada. As memes que foram surgindo sobre o Presidente da República, João Lourenço, revelam muito desconhecimento. Usar os traços de lápis pode até ser bom, mas a sua ponta desafiada aguça a desconfiança e mina a verdade existente.

Longe da responsabilidade, aliás, sempre patente de que a liberdade de imprensa é um dos valores da democracia a ser preservado, os supostos defensores da democracia que se atiram contra João Lourenço escondem a unanimidade que norteou a aprovação Código Penal e os ganhos que se espera dele.

As críticas ao Presidente João Lourenço, escolhido pelas razões que se calhar só os ‘memeiros em serviço’ conhecem, está longe de ser consensual. Os que o elegeram como figura principal de uma onda de flashs e desenhos demagógicos estão distantes dos argumentos principais.

A sua figura é usada e vilipendiada mesmo sabendo-se até que o próprio Chefe de Estado pediu que se recuasse o documento por não atender o espírito inicialmente delineado na luta contra a corrupção e os crimes ambientais.

Nos últimos dias, olhando para os vários memes que vão sendo feitos, alguns até roçando ao ridículo e à autêntica falta de respeito em relação ao mais alto magistrado da Nação, percebe-se a incoerência de sectores supostamente intelectuais que não conseguem responder a uma questão básica: quem aprovou o Código Penal?

O referido Código Penal, que alguns pretendem demonstrar como sendo um retrocesso ao processo democrático em curso no país, foi aprovado por unanimidade. Isto é, ao contrário, por exemplo, do Orçamento Geral do Estado, em que os partidos da Oposição, com destaque para a UNITA, e os demais preferem rejeitar por não representar supostamente os seus interesses, o Código Penal contou com o beneplácito de todos.

O referido documento e o conhecido artigo 333 que se tornou num dos supostos ‘inimigos da liberdade’ não é um dispositivo accionado unicamente pelo MPLA. Todos os partidos representados na Assembleia Nacional o aceitaram sem qualquer imposição.

Os demais integrantes do parlamento, embora encafuados num mutismo assustador, também fazem parte do leque de parlamentares que não viram nenhum problema na aprovação do novo Código Penal.

Atirar-se contra o Presidente João Lourenço, como infelizmente alguns o fazem, só pode ser mesmo uma atitude intencionada e despropositada. Adalberto Costa Júnior, Benedito Daniel, Lucas Ngonda e André Mendes de Carvalho fazem parte do leque daqueles que não se mostraram contrários ao diploma aprovado pelos seus partidos. É o que reza a acta do dia 22 de Julho deste ano que pode ser consultada na Assembleia Nacional.