Hernany Pena Luís: “A valorização do Kwanza vai depender daquilo que vai ser o êxito do Prodesi”

Hernany Pena Luís: “A valorização do Kwanza vai depender daquilo que vai ser o êxito do Prodesi”

O Standard Bank reviu a previsão de evolução económica de Angola, antecipando agora uma recessão até 2023 e “mais dor” para os contribuintes. Tem a mesma percepção?

Vai depender de como vamos fechar esse ambiente pandémico. No ano passado havia uma avalanche muito positiva no âmbito da licitação de alguns poços que, se não caíssemos nesse ambiente pandémico, estaríamos neste momento a vislumbrar alguma espectativa de algum investimento brutal no sector petrolífero, sector que mais contribui para o Produto Interno Bruto. Mas os investimentos no sector petrolífero entram num quadro cinzento e creio que os investidores não vão querer fazer investimentos enquanto não saberem qual será a tendência de consumo nos próximos tempos.

O banco sublinha que a contracção do sector petrolífero na ordem de 6,2% em 2021 e lança sérias dúvidas para a retoma da economia…

A Bloomberg prevê que Angola venha a produzir 1,145 milhões de barris, em Janeiro do próximo ano e a previsão orçamental aponta para uma produção de 1,220 milhões de barris. Entretanto, existe aqui uma queda de cerca de 6%, o que cria um nível de incerteza da materialização do crescimento efectivo do sector petrolífero. E pode ocorrer aqui um processo de desinvestimento, decorrente do baixo preço que está a ser praticado no mercado internacional, o que diminui a expectativa de rentabilidade dos investidores.

Num outro cenário, o Standard Bank acredita na valorização do Kwanza, fruto das reformas em curso no país. Que impacto isso pode ter sobre a estabilização do poder de compra dos contribuintes e para a economia?

Essa previsão que o Standard Bank tem sobre a possível apreciação do Kwanza acho que é realista, porque temos de ter em consideração algumas notas. Primeiro, no âmbito do Acordo com o FMI, o Governo angolano havia acordado com o FMI que tinha de gerir as reservas internacionais líquidas no limite de 10,5 mil milhões de dólares, mas, infelizmente, dada a enorme necessidade da economia de dar suprimento às necessidades daqueles bens e serviços que internamente não se consegue fornecer, teve de fazer algumas cedências.

 

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