É de hoje… Humor político

Entre o vai e vem causado pela realização do diálogo entre o Presidente da República, João Lourenço, e os jovens, a expectativa de muitos estava em saber quem, afi nal, iria, sobretudo entre os movimentos que nos últimos dias levaram à rua pessoas exigindo mais emprego, a realização de eleições autárquicas, a redução do alto custo de vida.

Em princípio, ninguém é obrigado a participar de um encontro em que não se revê como muitos apregoavam incessantemente, alguns dos quais através de notas que foram disseminadas pelas redes sociais. É tudo uma questão de convicção, do mesmo modo que os que lá foram também as têm, o que deve ser respeitado. Tal como escrevemos outras vezes neste espaço, apenas o diálogo nos pode levar a um caminho diferente, tal como se demonstrou ontem.

Mesmo apodado por uns de traidores, como fez crer Mbanza Hanza, um dos integrantes do Movimento Revolucionário, a presença e a sua intervenção, por estes dias divulgados e transcritos até à exaustão, mesmo que tenham preferência pela rua para a pressão política, o certo é que têm a noção exacta de existem vários palcos para a tomada de decisões. Foi curioso ler ontem, nas redes sociais, que um dos convidados, por sinal integrante de um partido da Oposição, desistiu a meio do percurso, porque teve um súbito reconhecimento de que nada iria resultar daquele encontro. É normal que assim fosse.

Só que alguns dos presentes tinham uma ideia contrária. De tal modo que, mesmo não concordando, existiu a preferência àqueles que terão optado por ir aos copos do que escutar uma opinião contrária, como postou nas redes sociais. É uma pena que vivamos numa fase delicada. E como esta. Tão delicada que alguns dos momentos sejam próximos à vida real, embora diferentes aos que pensávamos próximos. Houve, se calhar, quem tivesse uma ideia diferente, reabrindo um debate sobre a política e os interesses de cada um. Não se pode perceber como é que num dia de diálogo, como anteontem, por mais que existissem divergências, um alto responsável político tivesse escrito e reiterado que não valesse a pena tal exercício. Pior do que isso é que seja um político, com grandes responsabilidades, que tenha patrocinado a ausência de alguém que preferisse o copo ao debate. Não se precisa de um grande exercício para saber quem são. Apenas, resta dizer que, Mbanza Hanza e Nito Alves, foram mais corajosos e dignos do que muitos.
Humor