Vladimir Catinda: “Em Luanda não há praga de gafanhotos”

Vladimir Catinda: “Em Luanda não há praga de gafanhotos”

Qual é a situação actual do sector Agrícola em Luanda?

Apesar da falta de insumos agrícolas, o quadro é satisfatório. Há muita gente que apostou na agricultura, principalmente nesta fase da pandemia da Covid-19. Por outro lado, aumentou-se a quantidade de hectares disponíveis e a disponibilização das brigadas de mecanização têm dado um grande contributo na preparação de terras para os camponeses. O gabinete da Agricultura tem levado a cabo uma campanha de sensibilização aos camponeses para a criação de cooperactivas agrícolas, de modo a facilitar a interacção, monitoramento e o controlo em termos de produção.

Quantos hectares de terra estão controlados pelo Ministério da Agricultura?

No sector familiar, estão a ser preparados perto de 8 mil hectares para colher acima das 100 mil toneladas de produtos diversos, enquanto o sector empresarial controlado pelo Ministério estima cultivar 5 mil hectares para colher 53 mil toneladas. Temos empresários autónomos que não passam a informação relativamente ao que estão a produzir e quais as quantidades. Porém, com o programa do Recenseamento Agropecuário e Pescas, este problema estará resolvido porque vai permitir adquirir dados detalhados como se produz, tipo de produtos, quais as quantidades, superfícies aráveis. Estes detalhes vão permitir criar políticas concisas para o sector agrícola, que é de grande importância para a diversificação da economia e a redução de importações de alguns produtos. Para as áreas controladas existe o acompanhamento técnico, daí a política de agrupar os camponeses em cooperactivas para facilitar o processo e poder apoiar a medida do possível.

Em termos de fertilizantes, qual é quantidade disponível e como foi a distribuição? Recebemos perto de 100 toneladas, que correspondem a 2 mil sacos de fertilizantes, no entanto, ainda é uma quantidade muito reduzida para atender os produtores à nível de Luanda. Cada município recebeu uma quantidade, consoante a extensão de terra cultivada. O município de Icole Bengo, Quiçama e Viana beneficiaram de maiores quantidades.

As principais dificuldades do sector agrícola tem a ver com a construção anárquicas nas áreas de cultivo ou a falta de insumos?

A maior dificuldade ainda consiste na aquisição de insumos agrícolas, também é necessário o sensoriamento de valas, comparticipação nos custos de combustíveis para os sistemas de irrigação.

Como está preparada a província de Luanda face a uma eventual praga de gafanhotos?

Caso isso venha acontecer, teremos tempo suficiente para nos preparar com o monitoramento do movimento dos insectos quando tivessem a deslocar-se de uma província para outra. O trabalho que está a ser feito na província do Cuando Cubango irá ditar o tipo de insecticida que deverá ser usado para afugentar os gafanhotos. Ainda sobre o assunto, no dia 17 de Novembro deslocou-se, ao Calumbo, uma comissão com técnicos para aferir a informação de uma eventual praga de gafanhotos nas zonas de produção.

A comissão constatou apenas alguns focos da broca do Colmo, na cultura do milho, que prejudica o caule fazendo com que a cultura se desenvolva pouco e, consequentemente, uma baixa na produção. Na cultura da mandioca contatou-se o ataque da mosca branca, afídios, fungos e bactérias, que prejudicam as folhas em geral e influenciam na produção.

Na cultura da batata-doce, encontrou-se uma lagarta vulgarmente chamada de “catato”, que surge durante as primeiras chuvas do ano.Que prejuízos estas pragas poderão trazer para os camponeses?

As referidas pragas e fungos têm uma incidência de 5 a 10% nos prejuízos que poderão causar nos camponeses.

 

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