É de hoje… Precaução

Há algumas semanas, por causa da nova variante do vírus da Covid -19, o Executivo decidiu restringir o acesso de indivíduos e aeronaves provenientes da Austrália, Reino Unido, Nigéria e a África do Sul, para se travar a entrada desta estirpe tida pela classe médica como mais contagiosa. Desde o ‘black out’, no dia 26 de Dezembro, o mundo conheceu novos desenvolvimentos.

Nos últimos dias, assistimos a um encerramento constante de fronteiras, retorno do estado de emergência e os chamados ‘lockdowns’ pelo mundo fora. Até mesmo países que não foram sequer incluídos na referida lista tiveram vários casos. Embora se deposite insistentemente as esperanças nas vacinas desenvolvidas, em alguns países têm surgido casos de reinfecção, incluindo de indivíduos que tenham passado pelas campanhas de imunização lançadas na América, Ásia e no Velho continente. Muitos acreditam no regresso à normalidade entre os meses de Abril, Maio e Junho.

O que seria agradável, caso se concretizem estas expectativas, uma vez que os estragos causados pela pandemia e as projecções para o presente ano económico ainda não são as mais agradáveis, para que se atenue o desemprego, aumente o consumo dos cidadãos e altere o quadro grave de miséria em que vivem várias famílias.

No passado, quando o coronavírus era praticamente desconhecido, terá sido através de alguns episódios de que não nos iremos orgulhar nunca, no aeroporto 4 de Fevereiro, que terão entrado alguns cidadãos oriundos de Portugal, entre angolanos e expatriados, acusados de terem trazido os primeiros casos.

Entre desculpas, algumas não convincentes e polémicas à mistura, a grande verdade é que não se terá lidado da melhor forma com os integrantes daqueles voos, como se veio a confirmar posteriormente. Nesta fase em que a Europa, alguns países asiáticos e outros africanos encerram as portas para que, no mínimo, se contenha essa nova estirpe, é imperioso que se alargue igualmente o nível de vigilância.

A frequência como se está a sair e a entrar em Angola, a partir de alguns pontos que não constam sequer dos países proibidos, já deveria também ser revisto, porque aumentam os países com o ‘vírus mutante’. Como no passado, é muito provável que nos voltem a bater à porta a partir daqueles espaços que preferimos deixar, sempre, desguarnecidos pelo excesso de confiança.