Desfile carnavalesco em Benguela substituído por exposição fotográfica por força do novo coronavírus

Desfile carnavalesco em Benguela substituído por exposição fotográfica por força do novo coronavírus

Uma exposição fotográfica retratando o Carnaval de Benguela estará patente em Março próximo, no Estádio Nacional de Ombaka, província de Benguela para celebrar a edição 2021 desta grande manifestação popular.

A informação foi avançada por Cristóvão Kajibanga, director provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desporto, por ocasião do Dia da Cultura Nacional, assinalado esta Sexta-feira, 08, justifi cando a decisão baseada nas medidas de biossegurança contra a pandemia da Covid-19.

“Não haverá desfile. Vamos pedir aos grupos fotografias, vestimentas e histórias de todo o seu percurso carnavalesco e passar a informação, principalmente aos mais novos que não tiveram a oportunidade de acompanhar”, explicou.

Ainda sobre as perspectivas para este ano, adiantou que a direcção local retomará alguns programas do ano passado, como a reabilitação do Museu de Arqueologia, cuja proposta já foi aprovada, estando a faltar apenas o financiamento, utilizado para colmatar despesas da Covid-19.

Um outro programa a ter em conta prende-se com as pesquisas de antropologia e arqueologia, condicionadas pela mobilidade dos técnicos, acautelando os maiores informantes que são os mais velhos, em idade de risco.

Em jeito de balanço, Cristóvão Kajibanga afirmou que houve muitos prejuízos no sector turístico devido à falta de movimento das pessoas e consequentemente a redução drástica de hóspedes nos hotéis.

O responsável lamentou o “fardo” oneroso para os clubes, tendo em conta as despesas com os testes cada vez que eles se deslocam para competir noutras localidades. Quanto aos artistas, as várias disciplinas foram, igualmente, bastante prejudicadas pela pandemia, tanto por falta de público para assistir os shows, como compradores de produtos, no caso dos pintores e artesãos.

Afirmou, no entanto, que apesar das restrições impostas pela pandemia, as actividades não pararam. “Os pintores continuaram a produzir os seus quadros, os músicos continuaram a produzir os seus trabalhos, gravando em casa ou a exibir os seus shows através de Lives nas cadeias televisivas”, afirmou o director.

Sobre o apoio institucional, disse que a Cultura sempre esteve aberta no que toca ao registo das obras dos artistas, estabelecendo ponte com o Serviço Nacional de Direitos do Autor e Conexos ou o seu encaminhamento para a União dos Artistas e Compositores (UNAC).

Cristóvão Kajibanga criticou alguns criadores, principalmente músicos, que dispensam o promotor de espectáculos para ser eles próprios a realizarem os eventos, cobrando os bilhetes ou ficando na porta e depois ir para o palco para cantar.

O director provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desporto manifestou a sua esperança para que, em 2021 , a pandemia seja progressivamente eliminada com a introdução das vacinas anunciadas.

“Se Deus permitir, vamos fazer uma grande Kizomba no dia 11 de Novembro, quando celebrarmos os 46 anos de independência, já que não conseguimos realizar em 2020”, exclamou o director.