Editorial: Auxiliares de limpeza

Editorial: Auxiliares de limpeza

A azáfama que se verificou ontem no início das candidaturas para os sete mil postos de auxiliares de limpeza terá ultrapassado as expectativas de quem lançou o concurso. Foi a evidência clara de que existe uma juventude ansiosa por encontrar um posto de trabalho, independentemente das especificidades.

Tal como outras profissões, há quem se sinta realizado exercendo uma actividade destas, embora alguns de forma errónea olhem para quem cuida das escolas dos mais novos e até dos adultos como pessoas de segunda linha. A maneira como se pretende politizar tudo, minimizar e até criticar quem tenha valorizado o facto de se ter aberto o concurso, sobretudo nesta fase em que a pandemia da Covid 19 o exige, demonstra muito bem a mesquinhice que se apossou entre muitos.

As sociedades não são só feitas de engravatados e doutores, de jornalistas e professores, de médicos e engenheiros. Há um mundo integrado por gente que, com acções supostamente mais simples, acabam por contribuir mais do que muitos cérebros que se julgam pensantes.