Suposto curandeiro manda queimar uma aldeia por alegadamente ser habitada por feiticeiros

Suposto curandeiro manda queimar uma aldeia por alegadamente ser habitada por feiticeiros

A aldeia de Sachenga, no município de Camacupa, província do Bié, foi queimada por sete indivíduos por terem sido alegadamente orientados por um curandeiro que acusou todos seus habitantes de serem feiticeiros e que estariam implicados na morte de um soba

A aldeia de Sachenga, no município de Camacupa, província do Bié, foi queimada por sete indivíduos por terem sido alegadamente orientados por um curandeiro que apontou todos seus moradores como sendo feiticeiros e que estão implicados na morte de um soba.

São no total 13 famílias, constituídas por 49 pessoas, que ficaram ao relento em consequência deste acto que deixou, desde o início deste mês, incrédulos os habitantes da comuna do Cuanza.

Daniel Sandala, regedor da aldeia de Sany, situada próximo da aldeia de Sachenga, contou que os sete habitantes, presumíveis autores deste crime de fogo posto, terão procurado um curandeiro para adivinhar quem estaria por detrás da morte do soba da aludida aldeia.

“O kimbandeiro também tem direito de organizar um grupo de queima para a família? Será que começaram mais a guerra, ou quê? Vinham armados com caçadeiras, machado e facas”, frisou em entrevista à Rádio Nacional. No seu ponto de vista, o facto de eles usarem estes meios contundentes significa que era para calar a boca do povo.
Já o administrador municipal de Camacupa, José Leitinho, disse, em entrevista a mesma emissora, que foram queimadas 13 casas. Ele liderou uma equipa multissectorial, da qual fizeram parte especialistas dos Serviços de Protecção Civil e Bombeiro, que visitou o local ontem para constatar a situação em que se encontram as vítimas e prestar algum apoio material.
Para tentar minimizar o impacto negativo que a acção está a causar às famílias, o governante forneceu a cada uma delas 13 chapas de zinco para fazerem a cobertura de novas residências, no âmbito do apoio à protecção civil e às vítimas de calamidade, e uma cesta básica.
“Tivemos que partir para uma acção solidária. A nível da Administração Municipal podemos, no âmbito das calamidades, acudir aquelas populações “, frisou.