A informação foi prestada à imprensa esta terça-feira (19), pelo porta-voz da Procuradoria-Geral da República (PGR), Álvaro João, que confirmou a constituição em arguido de Ivo São Vicente , filho do empresário angolano Carlos São Vicente.
De acordo do Álvaro João, o arguido pode ser ouvido em Portugal, dentro dos mecanismos de cooperação existentes entre a justiça angolana e portuguesa.
Álvaro João disse que Ivo São Vicente também é arguido no mesmo processo em que seu pai é indiciado refutando a alegação da mãe, Irene Neto , filha do do primeiro Presidente de Angola, Agostinho Neto e esposa de São Vicente, que atribuiu a acusação ao facto de este ser gestor de empresas do pai e de “estar a dar entrevistas”, em defesa do seu progenitor
O empresário Carlos São Vicente, que se encontra sob prisão preventiva em Luanda, é acusado de estar por detrás de “um esquema ilegal” que lesou a Sonangol em mais de 900 milhões de dólares .
O porta-voz da PGR confirmou também a detenção, pela Interpol, em Portugal do antigo ao antigo-presidente do Conselho de Administração da TCUL Abel António Cosme, que julgado e condenado à revelia no “Caso Conselho Nacional de Carregadores (CNC”.
Segundo o magistrado, foi despoletado o devido expediente para que, Abel Cosme seja extraditado para Angola, para cumprir a pena que lhe foi aplicada.
Abel Cosme foi julgado e condenado por envolvimento em supostos desvios de fundos enquanto gestor da Unicargas, num processo em que o réu principal foi o ex-ministro dos Transportes, Augusto Tomás, que, em Agosto de 2019, foi condenado a 14 anos de prisão, por peculato, branqueamento de capitais, associação criminosa e artifícios fraudulentos para desviar fundos do Estado.
No mesmo processo, foram condenados o ex-director-geral do CNC, Manuel António Paulo, a 10 anos de prisão, e os antigos directores-adjuntos Isabel Bragança e Rui Manuel Moita, a 12 anos e 10 anos, respectivamente. O funcionário Eurico Pereira da Silva foi condenado, a dois anos de cadeia, com pena suspensa.
Foi entretanto interposto um recurso interposto, pela defesa dos réus e o plenário do Tribunal Supremo decidiu, em Dezembro de 2019, reduzir as penas dos réus, tendo a de Augusto Tomás baixado de 14 para oito anos.