Depois do dia 24 do corrente mês, todos os passageiros provenientes de países para os quais Angola não suspendeu ligações aéreas passam a comparticipar nos testes de Covid-19, após desembarque no Aeroporto 4 de Fevereiro, segundo a ministra da Saúde, Sílvia Lutukuta, em entrevista exclusiva a OPAÍS. A responsável sublinhou, ainda, que tudo isso tem custos elevados, mas que, para essa situação de emergência, ainda é gratuita
Em exclusivo a OPAÍS, ontem, no Aeroporto 4 de Fevereiro, Sílvia Lutukuta explicou que os testes pós-desembarque passarão a ser comparticipados, para os passageiros provenientes do exterior, depois do dia 24 do corrente mês, sublinhando ser uma logística muito pesada. “São custos elevados e eles vão ter de comparticipar. Nós, dessa vez, não cobramos, porque é uma situação de emergência, é como se fosse uma ponte aérea. A partir do dia 24, as pessoas já estão conscientes que fecharemos e, então, quem viajar vai ter de assumir os custos”, esclareceu.
A governante fez saber que tem sido um processo bastante célere, sendo que os profissionais estão bastante comprometidos e dedicados em aumentar, todos os dias, a capacidade de testagem. “Nós já testamos mais de três mil passageiros, sem interrupção. Os passageiros não têm ficado muito tempo à espera.
Nós tinhamos uma previsão de 3 a 4 horas, mas superamos as expectativas. O tempo mais longo foi no primeiro dia, de uma hora e meia, agora temos estado a conseguir tirar daqui os passageiros em menos tempo”, afirmou.
Sílvia Lutukuta explicou que tudo isso é um esforço multissectorial entre os ministérios da Saúde, da Defesa, do Interior, e o Governo provincial de Luanda, equipas municipais de Saúde, do órgão central, equipas da saúde militar e da Polícia, bem como do Ministério dos Transportes, com todas as empresas que têm algum papel no embarque e desembarque de passageiros.
Cerca de 160 profissionais da saúde na testagem
Foram destacados 160 profissionais da área de saúde e outros sectores, sendo que, pelos horários de chegada dos vôos, houve necessidade de se alojar os mesmos em hotéis perto do aeroporto.
“O Ministério dos Transportes também cedeu autocarros para o transporte destes profissionais, porque a actividade começa às 3h30 da manhã e não séria possível, a viverem em Cacuaco ou Viana, com dificuldades de transportes, conseguirem assegurar o serviço”, afirmou. No entanto, foram criadas todas as condições mínimas como pequeno- almoço, almoço e jantar para os manter no local de trabalho, sendo que a média de voos diários é de cinco e chegam sempre bastante cheios.
Recordou que os três países fechados se devem ao facto de serem países que têm um fluxo muito grande de passageiros e são, do ponto de vista epidemiológico, os que têm circulação comunitária até da nova estirpe.
“Portanto, a pressão assistencial e o colapso do sistema de saúde nesses países já se notam. Temos outras ligações que têm menos fluxo e, por isso, é mais fácil por essa altura para o controlo de fronteiras e da situação sanitária. Fizemos o bouquet desses três países, mas vamos continuar com outras rotas de menor pressão”, afirmou.