LARDEF quer mais associados em projectos sociais do Estado

LARDEF quer mais associados em projectos sociais do Estado

O responsável da Liga de Apoio à Reinserção de Deficientes (LARDEF), Filipe Sacunje, quer mais associados em projectos de inclusão social delineados pelo Estado. Sacunje manifesta insatisfação pelo atropelo sistemático ao previsto no Decreto número 12/16, que destina 4 por cento de vagas a pessoas com deficiência nos concursos de ingresso na função pública

Segundo o responsável da LARDEF, uma outra questão que evidencia a falta de inclusão social tem exactamente que ver com a inacessibilidade a edifícios públicos e privados, reprovando, deste modo, o facto de muitas das contribuições daquela franja, relativamente à inclusão social, não estarem a ser levadas em conta quando se concebem projectos, fundamentalmente, arquitectónicos.

“Esta luta é contínua. O que podemos frisar é o facto de ter já uma lei. A LARDEF e outras instituições debateram-se muito para que houvesse uma lei (da Acessibilidade), porque só havendo uma lei, é que o nosso grito terá, de facto, um fim desejado”, considera, embora lamentasse o incumprimento a que a lei está, neste momento, votada.

Em declarações ao jornal OPAÍS, por ocasião do 24º aniversário, assinalado a 12 de Janeiro, Filipe Sacunje referiu que, nos últimos tempos, face àquilo a que chama de inacção em resolver, cabalmente, as preocupações dos mais de 2 mil associados a nível da província, a sua instituição tem vindo a promover acções de capacitação sobre empreendedorismo, na perspectiva da garantia de inserção social de um segmento, segundo disse, bastante sacrificado pelas políticas do Estado, no quesito inclusão.

No que respeita ainda à matéria legal, Filipe Sacunje enaltece o facto de alguns diplomas, relacionados à protecção social, terem sido muito bem elaborados pelo legislador ordinário, mas que, segundo sustenta, pecam na sua implementação. “Notamos alguma letargia naquilo que é o cumprimento ao pé da letra, uma vez que a lei estabelece 4 por cento em caso de concurso público de ingresso”, refere.

Para o presente ano de 2021, as baterias daquela instituição de natureza filantrópica estão, efectivamente, viradas para a expansão dos serviços de apoio aos deficientes nos municípios do litoral, de onde, ultimamente, têm recebido várias propostas de pessoas com necessidades especiais.

Para que também se crie dinâmica para fomentar aquilo que é a inclusão e a defesa dos direitos de pessoas com deficiência”, sublinha, direccionando, porém, fortes críticas aos organismos do Governo com vocação à assistência social “a LARDEF tem dado várias formações tentando criar motivação nas pessoas, sobretudo nesse contexto, não esperando só que o Governo garanta o emprego”, sugere, tendo reclamado problemas decorrentes da falta de recursos financeiros.

POR: Constantino Eduardo, em Benguela