Música e literatura dão mote ao African Book Festival na Alemanha com pré-edição online

Música e literatura dão mote ao African Book Festival na Alemanha com pré-edição online

Em resposta à pandemia, a edição deste ano do Festival do Livro Africano vai começar com duas iniciativas digitais, nos dias 28 e 29 de Janeiro, nas cidades de Munique e Leipzig

O African Book Festival (Festival do Livro Africano), com a curadoria de Kalaf Epalanga, conta este ano com uma pré-edição online, nos próximos dias 28 e 29 de Janeiro, inspirada na relação entre música e literatura.

Com a edição de 2020 completamente cancelada, este ano foi decidido “fazer um pouco mais”, admitiu o escritor e músico angolano Kalaf Epalanga, em declarações à agência Lusa, confessando ainda não existir uma data para a edição presencial.

“Foi-me proposto pensar alguns eventos digitais numa espécie de preparação para a edição presencial, algures na Primavera. Estamos a lidar com o que temos, fazer com que o festival esteja presente. Não queremos estar longe do público que manteve a literatura presente nas suas vidas, continuando a consumir livros”, acrescentou.

“Cheguei à conclusão que existe um fi o condutor em grande parte dos livros, e em grande parte dos escritores, que eu tinha convidado. É uma relação muito forte com a música, a relação que eu também tenho com a literatura. Queria trazer e mostrar o quão presente está a música no processo criativo deste grupo de escritores”, explicou.

No dia 28, participam autores como Chimeka Garricks, da Nigéria, autor de A Broken People’s Playlist, uma colecção de histórias curtas baseadas na música, e Rémy Ngamije, do Ruanda, editor da revista literária Doek!. No dia 29, é a vez do escritor angolano José Eduardo Agualusa, e de Yara Monteiro, escritora e artista visual de Angola, entre outros.

“Muitos desses livros falam especificamente sobre música, como o caso do escritor queniano Mukoma wa Ngugi, que conta a história de um músico que tem uma obsessão por uma canção etíope e parte em busca dessa canção”, exemplificou Kalaf Epalanga.

“Mas há outros, como o caso do Agualusa, um escritor de canções, o Ondjaki, que tem a música presente no seu processo e a traz para dentro dos seus livros, e temos também uma escritora e música, que é a Telma Tvon, que escreveu Um Preto Muito Português”, acrescentou.

in Público