Na China, ex-chefe de empresa estatal é executado pelos ‘maiores subornos na história do país’

Na China, ex-chefe de empresa estatal é executado pelos ‘maiores subornos na história do país’

Lai Xiaomin, ex-presidente da China Huarong Asset Management Co., foi executado nesta Sexta-feira (29) depois de ser acusado do maior crime de corrupção, reflectindo a atitude punitiva da China perante crimes desta natureza

Em 05 de Janeiro de 2020, Lai foi sentenciado à morte pelo Tribunal Popular Intermediário Secundário de Tianjin sob acusações de aceitar enormes subornos e bigamia, tendo assim todos seus direitos políticos rescindidos e seus bens confiscados, informa o Global Times.

O Tribunal Popular Superior de Tianjin manteve a sua decisão de pena de morte, rejeitando o recurso do acusado, acabando o primeiro por reportar ao Supremo Tribunal Popular da China para verificação e aprovação da sentença.

Após a revisão, o Supremo Tribunal Popular da China declarou que Lai, um funcionário público, se aproveitou do seu dever e posição para obter benefícios ilegais.

O acusado aceitou ou solicitou, directamente ou por meio de terceiros, dinheiro e activos no valor de quase 1,79 bilhão de yuans. Lai também foi acusado de se ter aproveitado da sua posição para desviar mais de 25,13 milhões de yuans de fundos públicos.

Adicionalmente, enquanto mantinha o seu casamento, Lai coabitou com outra mulher, com a qual teve filhos, acrescentou o tribunal. Para o juiz do caso, o grande volume de subornos, totalizando quase 1,79 bilhão de yuans, conspirações criminosas graves, ter causado um imenso impacto social negativo, bem como as grandes perdas para o país e para o povo chinês, são os quatro principais factores que resultaram na sentença de morte de Lai.

“O valor de propinas foi o mais elevado desde a fundação da República Popular da China em 1949”, segundo o juiz, citado pela mídia chinesa. A aceitação de subornos por Lai durou entre 2008 e 2018, com o número de crimes por suborno atingindo 22, variando desde arrecadação de fundos e projectos de contratação até obtenção de promoções e transferências de cargos, informou o juiz.

No final, mesmo que Lai tenha desempenhado um “serviço meritório significativo”, levando em consideração todos os crimes acima referidos, o seu “serviço” não é suficiente para uma punição branda, disse o juiz, citado pelo Global Times.

Deste modo, Lai viu sua vida chegar ao fim em 29 de Janeiro deste ano.