“Não há apenas uma cadeira de rodas no hospital do Kapalanga”

“Não há apenas uma cadeira de rodas no hospital do Kapalanga”

Respondendo às críticas que proliferaram, durante as últimas semanas de Janeiro, nas redes sociais, o gestor da referida instituição sanitária de Viana, em Luanda, refuta as acusações, ao ponto de apresentar as contas reais dos meios de apoio em causa

Segundo o director-geral desse estabelecimento de saúde, Luís Francisco Domingos, as informações veiculadas nas redes sociais e noutras plataformas não corresponde à verdade, uma vez que o hospital municipal de Viana possui oito cadeiras de rodas a funcionar nos serviços de apoio.

“Aproveito essa ocasião da reportagem para desmentir e desqualificar uma mensagem veiculada por via do facebook, segundo a qual o nosso hospital exibiu a última e única cadeira de rodas que tinha. Neste momento, o hospital tem oito cadeiras de rodas a funcionarem, sendo três para crianças e quatro para adultos” esclareceu o director, tendo pedido para não se achar que o número do material de apoio que anunciou seja suficiente.

Relativamente a última, cuja utilidade não fez menção, Luís Domingos referiu que, na unidade sanitária, tem de haver sempre uma cadeira de rodas de reserva, que pode servir para os casos de necessidade urgente e extrema.

Questionado sobre o porque do número de meios rolantes por si avançados não o tranquilizarem, o director Luís Domingos, argumentou dizendo que, pelo facto terem quatro bancos, no hospital do Kapalanga, era bom que cada um desses sectores tivesse quatro cadeiras de roda, perfazendo 16 para todo estabelecimento.

Para demonstrar que, mesmo com a garantia dessa quantidade, a sua tranquilidade não será total, o dirigente assegurou que a sua instituição está aberta à ofertas, tendo apelado às entidades ou instituições de boafé que pretenderem fazê-lo para não hesitarem em cumprir com essa boa acção.

Finalmente, o director Luís Domingos aconselhou os cidadãos a se sentirem livres e responsáveis, ao ponto de se dirigirem ao hospital municipal de Viana, para questionarem e receberem esclarecimentos de qualquer assunto, no caso de ouvirem narrativas ligadas à este centro sanitário.

Requerida produção de soro fisiológico

Se as cadeiras de roda existem em números que deixam a direcção do hospital relativamente descansada, no que ao apoio e transporte dos pacientes com locomoção condicionada, o mesmo não se pode dizer do soro fisiológico, que o médico-cirurgião geral, Luís Domingos defende que se produza cá no país.

“Estamos num país que não fabrica sequer o soro fisiológico. Todo material do género vem do estrangeiro. Por isso era bom que esses fármacos de extrema necessidade fossem já produzidos aqui”, pretendeu o director.

Conquanto o estabelecimento de saúde que dirige esteja na rota dos grandes entrepostos de medicamentos, em Viana, por serem privados, ao passarem por uma das principais vias do município, dificilmente abastecem o hospital do Kapalanga, porque, de acordo com interlocutor do O PAÍS, eles vão para onde lhes pagam na hora.

“Por causa disso, não são poucas as vezes que eles resistem à nossa solicitação de aprovisionar o nosso estoque, porque nos veem como aqueles que não vão pagar a tempo”, frisou.

No nosso país, devia-se ter o essencial, como medicamentos de base, tais como os analgésicos, o soro fisiológico, os anti- bióticos e sobretudo os antimaláricos, soube este Jornal do entrevistado que justifica a sua afirmação pelo facto de Angola ser um país endémico, onde a malária é que dizima mais vidas, sendo a primeira causa de morbilidade e de mortalidade, no país.

“Esta é a razão que me faz afirmar que esses fármacos nós devíamos produzir aqui, para darmos respostas às nossas necessidades”, sublinhou o líder do Kapalanga. O director Luís Domingos tem esperança de que isso venha a acontecer, porque o país está em reformas e o Ministério da Saúde está preocupado com aquilo que não se fez anteriormente, de modo que, actualmente, se está a implementar muitas políticas, a fim de se ver melhorado o atendimento da população.