CASA-CE apresenta novo líder em cerimónia restrita

CASA-CE apresenta novo líder em cerimónia restrita

O processo que conduziu a escolha do novo líder desta coligação está a ser criticado pelo presidente do PADDA, Alexandre Sebastião André, por não obedecer a certos critérios, mas que não revelou

O presidente do PALMA, Manuel Fernandes, é apresentado hoje como novo líder da CASA-CE, numa cerimónia restrita, em substituição de André Mendes de Carvalho “Miau”, que se demitiu do cargo, por pressão de quatro dos seis partidos que formam a coligação.

A cerimónia de hoje é interna, segundo Simão Makazu, membro do Colégio Presidencial e, posteriormente, será convocada uma conferência de imprensa para a sua apresentação aos militantes, amigos e simpatizantes. A indicação de Manuel Fernandes, segundo fontes de O PAÍS, teve o consenso de quatro dos seis partidos da CASA-CE, com excepção do Bloco Democrático (BD), de Justino Pinto de Andrade, e do PADDA, de Alexandre Sebastião André.

O presidente do PADDA, Alexandre Sebastião André, ouvido ontem, disse que o seu partido também está preocupado com o futuro da Coligação a que todos fazem parte e alega que o partido que dirige e o Bloco Democrático não subscreveram a carta que forçou a demissão do ex-presidente “Miau”.

A escolha de Manuel Fernandes não foi bem acolhida pelo seu partido, mas apoia a decisão da maioria dos partidos que o indicaram à presidência.

“Todos nós somos da CASA e não deixamos de ser. Estamos no mesmo barco, em volta da CASA para a sua revitalização e atingir os níveis desejados perante os desafios que se aproximam. Seja quem for que a gente entender é que deve ser o presidente. A CASA-CE é já uma referência na arena política angolana, nós não podemos deixá-la desmoronar-se”, disse Alexandre Sebastião André.

O político, que é o presidente do grupo parlamentar da CASA-CE, lamentou a forma como foi conduzido o processo que destituiu o ex-líder, em virtude de não se ter observado os pressupostos e todo o procedimento necessário.

Crise interna

Esta é a quarta crise que se regista dentro daquela Coligação, com a demissão de “Miau”, sendo que a primeira aconteceu com a saída e agora regressado ao partido Francisco Hebo, ex-secretário provincial de Luanda, em 2017, a expulsão compulsiva de Abel Chivukuvuku, em 2019, a divisão do grupo parlamentar em duas alas.

A Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE) foi fundada no dia 3 de Abril de 2012 e, na sua estreia nas eleições gerias deste mesmo ano, elegeu oito deputados à Assembleia Nacional. Nas últimas eleições de 2017, ainda sob liderança de Abel Chivukuvuku, seu fundador, a CASA-CE conseguiu o dobro passando para dezasseis deputados, número que depois veio a dividir-se em duas alas.