Sociedade é chamada a valorizar os resíduos sólidos

Sociedade é chamada a valorizar os resíduos sólidos

De modo a resolver a problemática do lixo, em particular na província de Luanda, o coordenador da associação Nação Verde, Nuno Cruz, defende que a sociedade em geral deve aprender a valorizar os resíduos sólidos, tendo em conta que lixo é tudo aquilo que não tem utilidade e, tecnicamente, chama-se de rejeito, que vai para a incineração, contrariamente aos resíduos sólidos que são reaproveitados ou reciclados

Nuno Cruz é de opinião que todas as superfícies comerciais, e não só, deveriam ter um plano próprio de gestão de resíduos e a sociedade deve aprender a valorizar os resíduos.

Disse acreditar que a solução não passa apenas pela extinção de contratos com as empresas de recolha, mas sim a elaboração de novos concursos públicos e adopção de novos modelos.

Deve-se caminhar para uma verdadeira valorização dos resíduos, pois “se cada um souber que as latas que coloco no contentor comum, o quilo custa 600 Kz, de certeza que não quererá perder este dinheiro, e sim conservar e vender. Se me aperceber que os resíduos orgânicos, por exemplo, a casca da banana, ovo, cebola ou seja dos legumes e frutas, servem para produzir fertilizantes caseiros e posteriormente os comercializar, de certeza que não iríamos desperdiçar”, disse.

Com a valorização dos resíduos sólidos há crescimento, segundo o entrevistado, inclusive para a área do empreendedorismo, porque a população poderá fazer negócio e o que irá apenas ao contentor de lixo serão os restos de comida.

Entretanto, o mentor do projecto “meu resíduo minha responsabilidade” lembrou que o mesmo visa sensibilizar e consciencializar os vários actores da sociedade sobre a gestão dos resíduos produzidos por si, que passa em colocar nos locais apropriados, separar a partir de casa, e depositar o que não é necessário nos contentores comuns.

O que for possível ser reaproveitado é separado e entregue aos catadores de lixo (trabalhadores que muitas vezes são marginalizados ou excluído da sociedade, mas que desempenham um papel preponderante) ou mesmo depositado nos contentores.

“A população deve saber que lixo é tudo aquilo que não tem utilidade e nós, tecnicamente, chamamos de rejeito, que deve ir para a incineração. Os resíduos são reaproveitados ou reciclados”, reforça. Empregadas sensibilizadas Nuno Cruz disse que, actualmente, tem crescido o número de cidadãos que se dedicam à venda de resíduos, os vulgos catadores de lixo, à margem do projecto “Meu resíduo minha responsabilidade”, lançado ,recentemente, na Centralidade do Kilamba, em quatro quarteirões, onde foram sensibilizadas duas mil e 800 empregadas domésticas para separarem o lixo antes de o depositar nos locais próprios.

Muitas empregadas acataram as orientações e já não colocam resíduos directamente no contentor comum, mas comercializam e dali que tem saído o dinheiro para o táxi.

A referida associação recebeu a doação de tambores e paletes de duas empresas que se sentiram sensibilizadas com o serviço desenvolvido pela sua instituição. Pelo facto, os 100 ecopontos que previam instalar até Abril do ano em curso estão assegurados. Prevêem colocar, também, em cada município pelo menos nove ecopontos.

A nível da Centralidade do Kilamba estão identificados mil e 800 catadores de lixo e, desta cifra, 50 fazem recolha nos ecopontos instalados na localidade.

“O quilo de garrafas pets custa entre 100 e 150 Kwanzas, a lata de metal varia de 200 a 250 Kz, latas de ferro 35 a 40 Kz e o papelão ronda entre os 10 e 20 Kwanzas”.

A nível de Luanda existem cerca de 50 casas de pesagem de resíduos sólidos. A Associação Nação Verde vai inaugurar o centro de triagem de resíduos na Centralidade do Kilamba, que irá tratar da separação e envio para as fábricas de reciclagem.

Tendo em conta que ainda não temos ecopontos instalados em grande parte da cidade de Luanda, quem pretender depositar resíduos sólidos deve conctatar a Associação Nação Verde pelas redes sociais ou pelo terminal telefónico.