Editorial: Outra vez Cafunfo

Editorial: Outra vez Cafunfo

O perigo de cada um fazer a sua avaliação em situações sérias é que elas podem criar várias correntes e deturpar também a própria opinião pública, sedenta de informações.

No caso dos acontecimentos de Cafunfo, que as próprias autoridades angolanas descrevem como sendo um acto de rebelião que tendia a perverter a ordem constitucionalmente consagrada, são várias as organizações que se têm apressado em determinar as causas das mortes, os nomes das vítimas e outros supostos danos em tempo recorde.

Nos últimos dias, a UNITA, ao lado de outras forças políticas, apresentou uma suposta lista de vítimas que ultrapassam as 20, contra as seis avançadas pelo próprio Executivo.

Agora, vão surgindo informações de que algumas das pessoas apresentadas como tendo sido mortas na refrega se encontram vivas. Porém, desconhece-se que entre nós já existam casos de ressurreição, o que não acontecendo só levará à conclusão de que alguns relatórios que vão surgindo podem ser apressados e não reflectirem concretamente o que ocorreu, na verdade, naquela comuna do município do Cuango, na Lunda-Norte.