Presidente exige demissão de ministro por ter vacinado amigos

Presidente exige demissão de ministro por ter vacinado amigos

O Presidente da Argentina, Alberto Fernández, exigiu na Sexta-feira a renúncia do ministro da Saúde, que vacinou vários amigos no ministério, em desrespeito pelas directrizes de vacinação estabelecidas.

O chefe de Estado argentino “instruiu o chefe do Governo (Santiago Andrés Cafiero) a exigir a renúncia do ministro da Saúde (Ginés González García)”, disse uma fonte do executivo à France-Presse (AFP).

A notícia veio a público depois de o jornalista Horacio Verbitsky, de 71 anos, anunciar na rádio que foi vacinado nas instalações do ministério por indicação do próprio governante, de quem é amigo.

A polémica adensou-se porque a informação foi divulgada no mesmo dia em que foi registada uma afluência gigantesca de pessoas com mais de 80 anos aos centros criados especificamente para a vacinação.

O dirigente da rádio onde Verbitsky anunciou que tinha sido vacinado, Roberto Navarro, anunciou que tinha cessado as contribuições do jornalista, considerando na rede social Twitter que era “imoral que com 50.000 mortos” haja indivíduos “VIP vacinados”.

“É imoral quem autorizou e quem vacinou”, completou.

Horacio Verbitsky também preside ao Centro de Estudos Jurídicos e Sociais, dedicado aos direitos humanos, cujos funcionários reagiram fortemente.

A Argentina ultrapassou as 50 mil mortes associadas à Covid- 19 em 13 de Fevereiro e tem mais de 2 milhões de infecções confirmadas desde o início da pandemia, de acordo com dados do Ministério da Saúde.