BODIVA quer emitentes para efectivar mercado de acções

BODIVA quer emitentes para efectivar mercado de acções

A Bolsa de Valores de Angola (BODIVA) garantiu, em conferência de imprensa, a existência de poupanças nos bancos e a vontade de alguns investidores para aderirem ao mercado de capitais, mas a falta de informação tem resultado em receio para a concretização desde desejo

A BODIVA quer, nos próximos meses, emitentes para abrirem o seu capital em bolsa, de modo a atingir a operacionalização do mercado de acções, disponível desde a concepção da Sociedade Gestora de Mercados Regulamentados.

Este segmento, de acordo com Cristina Lourenço, membro da Comissão Executiva da BODIVA, conta apenas com emitentes que vêem na instituição um caminho para serem financiados os seus projectos, em alternativa ao financiamento bancário.

Para atingir tal desiderato, explicou, o processo de preparação das empresas será longo, até atingirem os requisitos para a dispersão do capital em bolsa. Outro objectivo da BODIVA, para o ano em curso, passa pela solidificação do mercado da dívida pública.

Alargar a base de investidores é, para a organização, o principal desafio para garantir a liquidez do mercado. Este repto obrigará, ainda, uma aposta na literacia financeira da sociedade em geral.

“Existem as poupanças nos bancos e a apetência de alguns investidores para aderirem ao mercado, mas, muitas vezes, por falta de informação, há, ainda, algum receio em apostar no mercado de capitais nacional”, disse Cristina Lourenço, durante a conferência de imprensa para a apresentação da segunda edição do “Fórum BODIVA”, a ter lugar no dia 4 do próximo mês, em Luanda.

Em relação à atracção de investidores internacionais, com vista a garantir maior profundidade do mercado, considera ser um objectivo já ultrapassado.

Ainda sobre o mercado accionista, a Comissão Executiva, na voz de Odair Costa, garantiu estar atenta ao Programa de Privatizações (PROPRIV) em curso no país. “A BODIVA olha como oportunidades as operações previstas no PROPIV, nomeadamente os casos da TVCABO, da Multitel, da Sonangalp e também da Mota-Engil”, afiançou.

Portanto, tem maior foco para o sector privado, projectando para que, até o primeiro trimestre de 2022, no máximo, esteja cotado na BODIVA, na modalidade de bolsa, e a transacionar acções.

Os objectivos seleccionados para o fórum deste ano, em relação ao mercado de bolsas de acções, estão refletidos no tema da actividade “O Mercado em Acção”, que conta com a participação dos seus membros e outros participantes do mercado.

O formato da segunda edição, segundo Cristina Lourenço, será diferente da primeira, em função das circunstâncias impostas pela pandemia da Covid-19 e as medidas que deverão ser observadas.

Optaram, por isso, em ter a participação presencial dos membros do mercado e remota para os demais interessados.

Com este modelo, prevê um número maior de participantes ao evento, destacando, para o painel de debates sobre o estado de preparação das empresas nacionais no mercado de acções, o parecer do Banco de Comércio e Indústria (BCI), enquanto potencial emitente no âmbito do PROPRIV, o Standard Bank Angola, na qualidade de intermediário financeiro desta operação, três membros do mercado e um representante da economia real.

Lançamento da revista “A Bolsa”

Durante a segunda edição do “Fórum BODIVA”, serão galardoados os membros da instituição com melhor desempenho durante o ano passado. A premiação terá cinco categorias, entre elas a de negociação, maiores montantes negociado, de compras e de vendas interbancárias, além de três menções honrosas que apenas serão anunciadas no dia do evento.

A data irá coincidir com o lançamento da segunda edição da revista “A Bolsa”, com o mesmo tema do fórum, e que apresenta o relatório do mercado de forma mais detalhada e a previsão dos seus membros sobre o mercado de capitais em 2021.

Dumilde Fuxi