Nova secretária da UNITA no Huambo diz estar preparada para a disputa eleitoral

Nova secretária da UNITA no Huambo diz estar preparada para a disputa eleitoral

Recentemente nomeada para o cargo de secretária-geral da UNITA na província do Huambo, a deputada Albertina Ngolo diz que dirigir o partido no Huambo, uma das praças eleitorais mais disputadas do país, é para si um grande desafio

A nova secretária-geral da UNITA no Huambo, Albertina Navemba Ngolo, disse que a sua missão, naquela que é considerada uma das mais complexas praças eleitorais do país, será mobilizar todos os patriotas para a alternância do poder em 2022.

Falando em exclusivo a este jornal, “Navita Ngolo”, como é tratada nos meios políticos, garantiu que vai cooperar com todas as instituições locais desde as governamentais, religiosas, tradicionais, sociedade civil, com destaque para as igrejas e cidadãos liberais.

Para fazer vingar o partido naquela província, salientou que vai, em primeiro lugar, manter a sua equipa de quadros e dirigentes coesa e com foco no grande objectivo que norteou a fundação da UNITA em 1966: a assunção do poder político para realizar os anseios das populações.

Segundo a responsável, trata-se do emprego, remuneração condigna, acesso aos serviços de educação e saúde, de qualidade, água, energia eléctrica, boas estradas principais, secundárias e terciárias, segurança pública e acesso à habitação sem esquemas.

A deputada, que defendeu a necessidade de os processos eleitorais serem mais justos e transparentes, disse que aceitou o desafio de dirigir o partido na província do Huambo com um sentimento patriótico de servir a causa que a viu nascer e crescer.

“Quanto à complexidade da praça, talvez não fosse tão complexa se os processos eleitorais tivessem sido livres, justos e transparentes e também não houvesse ainda gente com mentalidade de instrumentalizar sobas e agentes da Polícia para intimidar e perseguir cidadãos que não se revêem no partido no poder”, disse.

Transparência eleitoral

Para uma eleição transparente, antevendo já as próximas eleições gerais que se avizinham, defendeu uma Comissão Nacional Eleitoral (CNE) independente, bem como dirigentes desse órgão com idoneidade reconhecida para garantir a lisura. Relativamente à massa militante do partido naquela província do Sul do país, a nova dirigente disse ter encontrado um Huambo cheio de força, cuja recepção, apesar do momento de pandemia que se vive, criou nela um sentimento de maior responsabilidade e dedicação ao trabalho pela confiança e expectativa que os quadros, militantes e amigos da UNITA no Huambo depositaram nela.

“Encontrei um ambiente de trabalho sadio. E, para a nossa missão, contamos com o saber e cooperação de todos para atingirmos os nossos objectivos e, para a UNITA, este é o ano de mobilizar os patriotas todos para a alternância do poder em 2022, estejam eles no MPLA, CASA-CE, PRA-JA, BD, PRS, FNLA, sociedade civil e cidadãos em geral”, avançou.

Intolerância política

No que respeita aos casos de intolerância política geralmente registados naquela região, a responsável alega que o país já não se compadece com esse tipo de comportamentos e entende que 18 anos depois do alcance da paz a sua geração tem o dever e obrigação de construir a paz social e consolidar o Estado democrático e de direito em Angola.

Apelou ao respeito pelas diferenças, afirmando que as disputas políticas devem ser feitas com base no debate de ideias que, mesmo divergentes, indiquem o melhor caminho para o desenvolvimento do país e dos seus povos.

“Somos filhos e filhas do Huambo, logo teremos de viver e trabalhar juntos aqui e cada um no seu campo faça a sua parte para a melhoria do nível de vida dos munícipes do Huambo”, salientou.

A dirigente espera que a Polícia Nacional e os tribunais se preparem para tratar dos processos-crimes a serem apresentados sempre que se registarem actos de intolerância política.