ANASO lança pesquisa sobre índice de estigma e discriminação

A Rede Angolana das Organizações de Serviços de SIDA (ANASO) lançou ontem, em Luanda, uma pesquisa sobre índice de estigma e discriminação, com objectivo de compreender melhor o impacto na pessoa afectada e não só, segundo o presidente da organização, António Coelho

O estudo surgiu à margem da campanha “Zero Discriminação”, que arrancou ontem, em Luanda, e vai decorrer até Agosto do corrente ano, sob a liderança de pessoas vivendo com o VIH/Sida.

Segundo António Coelho, a pesquisa vai ter uma amostra de mais de três mil e 500 pessoas nesta condição e será realizada em quatro provinciais do país, nomeadamente, Luanda, Benguela, Cunene e Lunda-Sul.

Para o efeito, contam com o financiamento do Plano de Emergência do Presidente para Combate à AIDS (PEPFAR), uma iniciativa governamental dos Estados Unidos para lidar com a epidemia global de HIV/AIDS e ajudar a salvar as vidas das pessoas que sofrem da doença, e o apoio técnico da ONU-SIDA em Angola.

Nesta senda, a ANASO convida toda a sociedade a participar da campanha e a dizer não ao estigma e à discriminação “juntos por uma Angola mais inclusiva e participativa”.

António Coelho explicou que todos os anos,no dia 1 de Março, comemora-se o “Dia Internacional da Zero Discriminação”.

Considerando que a data não se limita só às doenças como o VIH e Sida ou a Covid-19, mas visa destacar questões mais amplas relacionadas com a discriminação.

Este ano o lema é “acabar com a desigualdade”, destacando-se a necessidade urgente de se agir para acabar com as desigualdades em relação ao género, orientação sexual, raça, idade, sexo, religião, condição da doença, etc.

Os especialistas entendem que a desigualdade está a crescer nas diferentes sociedades, e está a prejudicar o desenvolvimento económico e social dos Estados.

Pelo facto, a ANASO e os seus parceiros estão a aproveitar a data para realizar a semana nacional zero discriminação, que vai decorrer de 1 a 7 de Março, com o objectivo de romper as barreiras do medo e combater a discriminação e que contará com a realização de várias actividades de sensibilização sobre discriminação.

Tendo em conta que é um mal que impede as pessoas de viverem uma vida plena e acções de advocacia para exigir que o governo cumpra os compromissos assumidos em relação à redução das práticas relacionadas com a discriminação e evitar a criação de leis que negam os direitos humanos e liberdades fundamentais. Lembrou que a campanha nacional zero discriminação conta com o alto patrocínio do governo de Angola e apoio das agências das nações unidas.