Uma argentina com amores cruzados em Angola

Uma argentina com amores cruzados em Angola

Victória Santos Neto é uma cidadã argentina, missionária, que se apaixonou por Angola. Nos anos oitenta do século passado, ainda solteira, foi capturada pela UNITA e levada para a Jamba. Voltou agora. Tem amigos dos dois lados da guerra, trouxe o marido e pretende que se lhes juntem os filhos na Missão Adventista do Bongo, a 65 quilómetros da cidade do Huambo

A“menina Victória”, enfermeira, que em 1981 aportou Angola e a 09 de Junho de 1982 foi raptada pela UNITA e levada para a Jamba, com 27 anos de idade, tem uma história com particularidades interessantes. Uma delas tem a ver com o facto de Angola lhe ter ditado o destino, de alguma forma, e, talvez até, a felicidade que hoje vive, no casamento e nas suas realizações.

Quando levada pela UNITA, em 1982, desde o Planalto Central, com outros missionários, conheceu na Jamba (quartel general da UNITA) um sacerdote católico, Laurindo Neto, de quem se tornou amiga e com quem posteriormente manteve correspondência. Ela estava longe de imaginar que Neto viria a ser o seu sobrenome no futuro. Mas o destino, ou Deus, para os crentes, tem os seus próprios planos. Victória é adventista do Sétimo Dia, veio a Angola por esta denominação religiosa, conheceu um padre católico no cativeiro, foi “resgatada” da Jamba, quatro meses depois, por uma organização protestante suíça e na Suíça conheceu e se casou com um homem, português, que viria a saber mais tarde ser primo do padre que conhecera em Angola, mas este um protestante formado em teologia.

Aos 67 anos de idade, agora, a enfermeira Victória, uma de cinco filhos órfãos de pai criados e educados pela mãe na província de Misiones, região que alberga as famosas cataratas de Iguaçu no lado argentino, está empenhada na recuperação da Missão do Bongo, no Huambo, centro de Angola, para onde voltou exactamente 29 anos depois da sua captura pela UNITA.

“Não interessa falar do passado, é história”, diz ela, antes de exibir as fotografias do “antes e depois” que mostram o estado do hospital da Missão, um núcleo que continua a atrair muitas pessoas e que irradia os propósitos da evangelização: salvar vidas.

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