Há três meses que as responsáveis do centro de acolhimento se vinham queixando do lixo de um contentor localizado defronte ao portão traseiro da referida unidade hospitalar, por se situar também a menos de seis metros do acesso da sua comunidade. De acordo com elas, o lixo do chão chegou a produzir um cheiro nauseabundo e alguns vermes que transpunham o portão da sua instituição
Condoído com a situação que, segundo disse, tardou a chegar aos seus ouvidos, Francisco Domingos Nunes, o diretor-geral do hospital pediátrico David Bernardino, em Luanda, apressou-se nas diligências, ao ponto de, a partir de Sexta-feira, 12, estar a devolver a sanidade ao referido local.
O director referiu que, antes disso, ele e a sua equipa já envidavam algum esforço no sentido de se repor a regularidade da recolha que, ora, se fazia ao contentor, tendo recordado que a responsabilidade de recolher o lixo não era da direcção do hospital pediátrico.
“Essa obrigação é da operadora de limpeza que se ocupa de realizar trabalho nessa circunscrição de Luanda”, disse Francisco Domingos Nunes, tendo-se escusado a citar o nome da empresa. Garantiu, entretanto, que o cenário começou a mudar, ontem. “As operadoras já começaram a trabalhar, nessa Sexta-feira, mas é claro que tivemos de nos queixar também da situação”, revelou o director que retirou o protagonismo da proeza a si, passando-o ao seu administrador que fez chegar aí os funcionários da operadora de recolha.
Considerando legítimas as queixas da comunidade vizinha, Francisco Domingos Nunes recordou que a sua instituição não é a única que deposita resíduos sólidos no contentor, tendo informado que as queixosas, funcionários da casa mortuária e até alguns moradores da cercania o fazem. O responsável entende que, entre esses usuários, a comunidade religiosa saia em desvantagem, por ser a única que tem residentes quase permanentes que estão mais próximos do espaço que quase ficou totalmente tomado por lixo.
Pelo que deu a entender, Francisco Domingos Nunes está disponível a cooperar com os residentes da área, sempre que surgir uma situação do género. Ontem, O PAÍS constatou homens trajados de uniformes verdes, parte dos quais tripulando veículos pesados apropriados para a recolha de lixo, a limparem o chão da referida zona, que inclui também a do acesso à morgue central de Luanda.
No período da tarde, o lixo que preenchera o contentor até ao limite e os amontoados de resíduos sólidos que, faz muito tempo, jaziam no chão, estava totalmente recolhido, uma situação que deixou aliviada as dirigentes do centro de acolhimento feminino. Na ocasião, o contacto com funcionários da empresa de limpeza destacada no terreno não foi possível, pelo facto de não terem sido superiormente autorizados a fazerem- no.