UNITA diz que falta de vontade política condiciona autarquias no país

UNITA diz que falta de vontade política condiciona autarquias no país

Para o presidente do partido, a nível da região da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e nos Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), Angola é o único país que não realiza eleições autárquicas por medo e falta de vontade politica por parte das autoridades

O presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, disse, ontem, na província do Uíge, que a falta de vontade política está na base da não realização das eleições autárquicas em Angola.

Segundo político, que discursava no acto comemorativos aos 55 anos do seu partido, a nível da região da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e nos Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), Angola é o único país que não realiza eleições autárquicas.

Adalberto disse que estavam previstas nos diferentes documentos normativos do país, desde 1975, a realização de eleições autárquicas. Mas, acusou, o partido no Poder não consegue reunir coragem para as realizar.

“Havia compromisso de serem realizadas em 2020. Mas não foram por falta de vontade política e medo de entregar o poder ao verdadeiro dono –o povo”, apontou, tendo acrescentado ainda que “a Assembleia Nacional ficou culpada pelo atraso, mas não é apenas ela que é culpada. Éo titular do poder político habituado a controlar tudo e todos que não quer partilhar o poder com o povo”.

Para o presidente da UNITA, o debate sobre as autarquias andou a passos de camaleão e, até hoje, a principal Lei da Institucionalização das Autarquias Locais ainda não foi aprovada.

“A posição da UNITA é de que o Poder Local Autárquico é baseado no exercício do poder pelos próprios cidadãos. O Poder Local Autárquico é bom. Vai fazer com que os cidadãos do Uige, do Negage, do Quimbele, do Songo do Maquela do Zombo,dos Buengas, doBembe e Milunga, entre outras, se governem eles próprios, através da eleição do presidente da Câmara, alguém que conheçam e confiem”, esclareceu.

Revisão sem consulta

Por outro lado, Adalberto Costa Júnior acusou o Presidente da República, João Lourenço, de ter proposto a Revisão Pontual da Constituição sem, no entanto, ter auscultado a sociedade e preferiu fazê-lo fora da casa mais indicada, que é a Assembleia Nacional.

“Deixou de fora as maiores exigências da sociedade em geral e, pelo procedimento e atraso com que o fez, em fase de pré-campanha eleitoral, vislumbram-se motivações de interesse partidário, o que muito lamentamos”, deplorou…

Falta de diálogo

Noutra abordagem, Adalberto afirmou que o país vive tempos de inexistência de diálogo institucional, o que é muito mau.

“Nunca como hoje as instituições vocacionadas para o garante da democracia deixaram de funcionar. O mais visível dos escândalos prende-se com a censura extrema e as tesouradas nos conteúdos dos órgãos de comunicação social públicos”, apontou, dizendo ainda que a “ctuam como se fossem uma propriedade do partido do regime, a quem é atribuído todo o tempo e toda a exclusão de visibilidade à UNITA e ao seu Presidente, violando ostensivamente a lei de imprensa”.