Plano de Desenvolvimento Industrial vai fomentar a produção nacional

Plano de Desenvolvimento Industrial vai fomentar a produção nacional

Até 2025, com a implementação do Plano de Desenvolvimento Industrial de Angola (PDIA), prevê-se o aumento da produção industrial e a redução da importação de produtos da cesta básica

O ministro da Indústria e Comércio, Victor Francisco dos Santos Fernandes, ressaltou que o PDIA 2025 reúne as orientações de políticas públicas necessárias para concretizar os objectivos estabelecidos a nível nacional para o sector da indústria transformadora, atendendo ao seu importante papel no quadro da diversificação da economia.

Apresentado, ontem, Terça-feira, 30, o PDIA tem como metas, até 2025, o aumento da produção industrial, a redução da dependência do exterior, principalmente nos produtos da cesta básica, de igual modo, a criação de empregos no sector.

O dirigente defende que, com a implementação do programa será possível compatibilizar vários pressupostos nomeadamente, os compromissos e prioridades do país no contexto internacional, a nível global, continental e regional. Quer seja no contexto das Nações Unidas e da Agenda 2030 para o Desenvolvimento, quer seja ao nível da União Africana e da Agenda 2063, ou da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), nomeadamente da sua Estratégia e Roteiro para a Industrialização 2015-2063.

O quadro interno de governação, consubstanciado no Plano de Desenvolvimento Nacional 2018/2022 e em programas de acção seleccionados, com destaque para o PRODESI, que prevê a expansão da produção nacional, através do desenvolvimento integrado das várias fileiras produtivas.

O Estado assume- se como regulador, incentivador e coordenador, sendo o sector privado (empresários e gestores de empresas industriais) o verdadeiro protagonista do desenvolvimento industrial, através dos investimentos que realiza e da gestão que faz da actividade industrial.

“Com o PDIA, reafirmamos o engajamento do Estado no fomento industrial, procurando atender às exigências específicas dos vários segmentos de empresas que actuam no sector da indústria transformadora, desde as micro e pequenas empresas que podem dar uma resposta”, realçou.

Na sua opinião, o país apresenta oportunidades várias e excepcionais em todos os sectores considerados prioritários o que torna urgente e necessário continuar a melhorar o ambiente de negócios e atrair mais investimento para o sector da indústria transformadora.

“O Executivo gostaria de dar resposta às necessidades de todos os segmentos de empresas mencionados no imediato. No entanto, as restrições orçamentais e financeiras do país, actuais e futuras, obrigam- nos a dar prioridade às acções que têm maior impacto na diversificação industrial do país”, disse.

O PDIA 2025 está organizado em 4 eixos de intervenção (de acordo com as dimensões do funcionamento das empresas industriais: ambiente institucional e regulamentar, capital humano, infra-estruturas de localização e ecossistema empresarial), 15 sub-programas, 50 acções e diversas tarefas. A implementação do PDIA conta com a forte liderança estratégica do Ministério da Indústria e Comércio, mas também com a necessária relação colaborativa com outros departamentos ministeriais, nomeadamente da Economia e Planeamento, Educação, Energia e Águas e Cultura, Turismo e Ambiente.

PDIA poderá motivar os investidores para o crescimento industrial

O director-geral do Instituto de Desenvolvimento Industrial de Angola (IDIA), Dário Camati, referiu que o PDIA é um plano sectorial e deverá alinhar-se ao plano nacional, que por sua vez, pretende motivar os investidores, em relação as opções estratégicas de política de desenvolvimento industrial a nível do país no sector público, que propõem as prioridades da actividade industrial, desafios, constrangimentos e as oportunidades existentes.

“O posicionamento estratégico do Estado em divulgar as informações, de forma condensadas num documento como é plano de desenvolvimento 2018/2022 acaba sendo atractividade de investimento e o financiamento da actividade industrial”, esclareceu.

Dário Camati acredita que, o desenvolvimento industrial deve ser planificado, estruturado, atendendo os pressupostos macroeconómicos, as condições de aquisição de matérias-primas locais, condições estratégicas do posicionamento da indústria. De modo permitir um desenvolvimento industrial integrado, que acaba por ser um de vários organismos.

Em relação aos desafios, o responsável apontou a falta de uma legislação que satisfaz o desenvolvimento da indústria, capacidades Institucionais por melhorar a nível de atendimento e serviços industriais e ao empresariado.

Outra preocupação, tem a ver com o ecossistema empresarial, concretamente a maturidade de funcionamento da empresas industriais, ressaltando que não importa as infra-estruturas, mas sim saber fazer negócios.

Neste momento, o país tem em funcionamento automatizados com uma entidade gestora diferente dois polos de desenvolvimento industrial nomeadamente, o Polo Industrial da Catumbela e o Polo Industrial de Viana, que possuem acima de 90 empresas instaladas, infra-estruturas, actividade autónoma. A rede Nacional prevê 22 polos de desenvolvimento industriais.