Angola prepara normas para produção de bebidas

Angola prepara normas para produção de bebidas

Além de combater a concorrência desleal, estas normas vão regular as características das bebidas produzidas em Angola, para prevenir efeitos maléficos à sociedade e à saúde pública. Permitirão, também, que os fabricantes, importadores ou distribuidores, adoptem os seus processos em função deste padrão, visando salvaguardar a saúde e a protecção do consumidor

A Associação de Indústrias de Bebidas em Angola (AIBA) tem em curso a preparação de normas regulatórias para o processo de produção de bebidas em Angola, que poderá impulsionar o Ministério da Indústria e Comércio na criação de uma legislação própria, com a finalidade de normalizar a competitividade entre os produtores.

Esta acção da AIBA está a ser feita por via do Instituto Angolano de Normalização e Qualidade (Ianorq) e foi ontem abordada numa formação direccionada aos jornalistas, a decorrer de 12 a 16 deste mês, em Luanda.

Citada pela agência de notícias nacional, Madalena Tenazinha, técnica do instituto, informou que a elaboração deste documento tem como objectivo definir todos os processos relacionados com a produção das indústrias de bebidas.

Estas normas vão regular as características das bebidas produzidas em Angola, para prevenir efeitos maléficos à sociedade e à saúde pública, assim como permitir que os fabricantes, importadores ou distribuidores adoptem os seus processos em função deste padrão, visando salvaguardar a saúde e protecção do consumidor.

Neste contexto, serão recolhidas opiniões e contribuições dos associados para permitir que os interessados tenham acesso ao documento e possam contribuir para a criação das referidas normas. O administrador do Grupo Sodiba, Farid Bouhamara, defendeu ser importante para o país haver normas a serem respeitas durante o processo de produção de determinada bebida.

“Quem quiser criar um padrão de referências como, por exemplo, eu produzo cerveja preciso de uma percentagem de malte, água e outros componentes. É nisso que o Ianorq entra, dizendo que para uma cerveja ser considerada uma cerveja de qualidade ou uma cerveja 100% de puro malte tem de responder a tais requisitos”, explicou, acrescentando que as mesmas vão variar consoante o produto fabricado, seguindo os parâmetros internacionais.

Sobre o mesmo assunto, Sérgio Faria, da National Distiliers, sublinhou que os empresários deste sector mostraram interesse na criação de normas para que as indústrias cumpram não só os requisitos de qualidade, mas também os de ingredientes.

O técnico aditou que estas normas poderão vir a combater a concorrência comercial desleal vigente em Angola.

O Ianorq é tutelado pelo Ministério da Indústria e Comércio, responsável pela execução da política de promoção, organização e desenvolvimento do sistema angolano de qualidade.