Poeta Lopito Feijó recebe Prémio “Guerra Junqueiro” em solo pátrio

Poeta Lopito Feijó recebe Prémio “Guerra Junqueiro” em solo pátrio

A cerimónia de entrega do prémio ao poeta, ensaísta e crítico literário Lopito Feijó será prestigiada pelo titular da pasta da Cultura, Turismo e Ambiente, Jomo Fortunato e pela curadora, Avelina Ferraz

Depois da sua institucionalização em 2017, o poeta, ensaísta e crítico literário angolano Lopito Feijó, é o primeiro laureado do Prémio Literário Guerra Junqueiro, no quadro da sua expansão a quatro países da lusofonia, cuja cerimónia está marcada para o dia 21 de Abril, às 17 horas, na sede da União dos Escritores Angolanos, em Luanda.

Lopito Feijó, galardoado com o Prémio Guerra Junqueiro Lusofonia 2020, também será o padrinho e responsável pela inauguração de uma SALA BLILI – um projecto bibliotecário, denominado de Bibliotecas Lusófonas Itinerantes de Literatura Infanto-juvenil, promovido pela Associação Novembro Educa, a instalar na Fundação Professora.

“Lopito Feijó é um verdadeiro junqueiriano”, refere Avelina Ferraz, curadora do Prémio Literário Guerra Junqueiro. “O objectivo do prémio é precisamente destacar autores e poetas contemporâneos cuja obra reflita a mesma força e capacidade de intervenção, como reflete a escrita irreverente de Guerra Junqueiro, que foi, no seu tempo, um poeta com uma voz limpa, densa e profunda, responsável por encontros e transformações. O prémio pretende, no século XXI, distinguir escritores responsáveis por uma literatura activa, responsável, inclusiva e dinamizadora de um pensamento humanista”, acrescenta Avelina Ferraz, em nota a que OPAÍS teve acesso.

Avelina Ferraz considera que “este prémio, desde 2020 alargado à Lusofonia, realça aquilo que deve ser a valorização e defesa da língua portuguesa como veículo e património cultural de uma identidade lusófona”.

Maria do Céu Quintas, presidente da Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta, defende uma comunidade lusófona informada e participativa, contributos vitais e decisivos para um desenvolvimento tanto a nível individual como colectivo, de uma comunidade em diáspora, que através das diferentes línguas, cuja base está na língua portuguesa, se manifesta e desenvolve.

“Temos a responsabilidade de manter e promover uma ligação afectiva e efectiva a todas as comunidades de países de língua portuguesa, em prol de uma união cultural”, assume Maria do Céu Quintas, presidente da Câmara de Freixo de Espada à Cinta, e anfitriã do Prémio Literário Guerra Junqueiro em Portugal.

Por sua vez, Pires Laranjeira, professor e crítico literário, define Lopito Feijó como sendo um poeta que “traz à cena do discurso um descomplexado ensejo de confrontar códigos e linguagens, por um processo requintado de (re)construção significante que é herdeiro directo e dilecto não só do modernismo e tradição vanguardista, mas do romantismo rebelde, apaixonado e revolucionário”.

Outras distinções

As datas de entrega do Prémio Literário Guerra Junqueiro aos restantes laureados, tais como Olinda Beja (S. Tomé e Príncipe), Tony Tcheka (Guiné-Bissau), Calane da Silva (a título póstumo, Moçambique), estão condicionadas pela situação pandémica global que se vive.

“Gostaríamos de cumprir com estas cerimónias até à próxima edição do FFIL 2021, onde serão anunciados os laureados deste ano”, afirmou Maria do Céu Quintas, presidente da autarquia que organiza o evento em Portugal.

O prémio

Instituído desde 2017, em Portugal, o primeiro prémio foi atribuído a Manuel Alegre, seguindo-se Nuno Júdice, em 2018, José Jorge Letria, em 2019 e em 2020, Ana Luísa Amaral.

Promovido no âmbito do FFIL – Freixo Festival Internacional de Literatura, que se realiza desde 2017, em Freixo de Espada à Cinta, o Prémio Literário Guerra Junqueiro tem como patrono do evento esta figura incontornável da literatura portuguesa que, através da sua vida e obra, sempre demonstrou grandes preocupações socioculturais, promovendo, em pleno Séc. XIX, objectivos de cidadania e desenvolvimento, actuando de forma interventiva, através da sua escrita, no meio social, cultural, político e religioso da sua época.