PCA da Sonangol justifica venda da participação na Puma Energy

PCA da Sonangol justifica venda da participação na Puma Energy

A Sonangol corria o risco de ir buscar USD 600 milhões para continuar na parceria com a Puma Energy ou veria as suas acções diminuídas de 31,78 para 12%, segundo o ministro dos Recursos Minerais e Petróleos

O Presidente do Conselho de Administração da Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol), Sebastião Gaspar Martins, disse que a petrolífera nacional optou por desfazer-se das acções na Puma Energy para não acompanhar a recapitalização desta orçada em cerca de USD 500 milhões.

“Esta é uma decisão empresarial porque tínhamos que fazer uma escolha entre acompanhar o processo de recapitalização ou optar por trocar com os activos Pumangol existentes em Angola”, disse Sebastião Martins.

O responsável frisou que a empresa ponderou bastante antes de tomar tal decisão, tendo feito uma avaliação com a sua consultora que considerou esta decisão a opção mais prudente para a Sonangol.

Sebastião Martins disse que a decisão final recaiu em concentrar- se nos activos que, neste momento, tem a capacidade de armazenar os produtos em terra, tendo apontado como exemplo, as instalações em Malange, Luanda, Lunda- Norte e Benguela, além dos 79 postos de abastecimento.

O PCA da Sonangol considera que entre escolher por acompanhar um aumento de capital e ficar com activos que consubstancia a materialidade da actividade empresarial de exploração, produção e distribuição, a decisão tomada foi a melhor.

A Sonangol está a ceder a privados parte das suas bombas para exploração de privados, como a Total. Questionado sobre o facto, tendo em conta a aquisição dos 79 postos da Pumangol, Sebastião Martins justificou que é preciso olhar o negócio como um todo.

“Não podíamos ficar com os activos da Pumangol em Angola sem o segmento de distribuição que são os postos de abastecimento”, disse, acrescentando que os postos de abastecimento comprados à direcção da empresa poderá decidir o que fazer no futuro.

Sublinhou que as aspirações futuras é levar este conjunto de activos a funcionar como se fosse uma entidade totalmente separada da Sonangol, onde se poderá fazer uma outra parceria.

Sobre o negócio com a Total, afirmou que resultou de uma parceria aonde o investimento feito pela petrolífera francesa seria em troca de postos de abastecimentos que a Sonangol poderia ceder.

Participação alienada para a Trafigura

No dia 16 do corrente mês, a Sonangol anunciou que adquiriu, através da Sonangol Holdings, alguns dos mais importantes estratégicos da Puma Energy, que incluem a rede de retalho da Pumangol com 79 postos de abastecimento de combustíveis; terminais aeroportuários em Luanda, Catumbela, Cunene e Lubango.

Na nota em que o jornal OPAÍS teve acesso, inclui o Terminal de Armazenagem do Porto Pesqueiro, na Baía de Luanda, e a empresa Angobetumes.

A Sonangol revelou que em acordo tripartido, alienou, para a empresa Trafigura, os 31,78% da participação que detinha na Puma Energy, pelo valor de USD 600 milhões.

A conclusão do processo de venda das acções da Sonangol na Puma Energy à Trafigura, e a subsequente compra da Pumangol, terá a duração de 6 a 8 meses. Adicionalmente, as partes acordaram um período de transição de um ano para a substituição da logomarca da Pumangol.

Estas transacções, segundo a petrolífera, representam o culminar dos esforços da petrolífera nacional, visando resguardar-se da participação na recapitalização da Puma Energy.

Os acordos assinados estão alinhados ao objectivo estratégico inserido no Programa de Privatizações, com resultados evidentes na optimização do portfólio de activos da Sonangol, elementoschave para o propósito de se focar no seu negócio principal.

Importa referir que o Grupo Pumangol é a identidade em que está registada a Puma Energy em Angola. O grupo assegura o armazenamento e a distribuição de combustíveis, betumes e emulsões.

A Pumangol abriu a sua primeira estação de serviço em 2010 e é o segundo maior fornecedor do mercado, quer em volume de vendas, quer em número de postos de abastecimento e o maior importador e distribuidor de betume e emulsões.

A Pumangol engloba quatro empresas: · Pumangol Lda, proprietária de todos os 79 postos de abastecimentos e opera a maioria deles no país; Pumangol Industrial, Lda, vende combustível e lubrificantes às indústrias e aviação; Pumangol Bunkering, Lda, abastece combustível aos navios e instalações petrolíferas no offshore de Angola; Angobetumes, Lda, armazena e distribui betume e emulsões.

A Pumangol Lda abriu a sua primeira estação de serviço em 2010 e hoje tem 78 estações de serviço em 18 províncias de Angola, controlando 30% de cota de mercado em Angola.