Covid 19: incumprimentos podem colocar Angola à beira de uma segunda vaga

Covid 19: incumprimentos podem colocar Angola à beira de uma segunda vaga

O secretário de Estado para Saúde Pública, Franco Mufinda afirmou, ontem, à margem da actualização dos dados da Covid-19, que actualmente se regista incumprimento das medidas de biossegurança. Segundo o governante, o país estaria a porta de uma segunda vaga da pandemia do Covid-19, razão pela qual apela à população no sentido de se esforçar no cumprimento das medidas de segurança, dominar o cansaço próprio do ser humano, tendo em conta que a batalha ainda é longa

O secretário de Estado para Saúde Pública, Franco Mufinda, frisou que a Comissão Multisectorial de Prevenção e Combate à covid-19 recorda que actualmente se regista um aumento de casos e óbitos a nível do país, o que demostra claramente a pouca observação das medidas de biossegurança, barreiras, controlo da pandemia e fiscalização mútua.

A comissão verifica com maior preocupação o não acatamento ou pouco acolhimento das medidas contidas no Decreto Presidencial sobre a calamidade pública por parte da população.

“Com a situação actual fica a triste impressão de que tudo já voltou ao normal. Já se verifica grandes comemorações de casamentos, diferentes tipos de festas, ajuntamento populacional com número de pessoas acima do determinado por lei, vendedores de mercados e praças sem o uso de máscara facial, violação das praias, dos pontos de entrada e saída da província de Luanda, sem que façam o teste de covid-19”, explicou o secretário de Estado. Por outro lado, é possível divisar também a superlotação de táxis, com passageiros sem o uso da máscara facial, instituições que não usam a medição de temperatura ou não têm um ponto de lavagem obrigatória das mãos. “Caros compatriotas, o cenário é triste. Há um clamor de repensar da nossa disciplina perante as orientações dadas”, realçou.

Franco Mufinda apelou à população para que faça algum esforço, no sentido de dominar o cansaço próprio do ser humano e o processo em si, tendo em conta que a batalha ainda é longa. Mas, contudo, acredita que o povo angolano sairá vitorioso desta luta.

O secretário do Estado da Saúde Pública frisou ainda que o país estaria a porta de uma segunda vaga da pandemia do covid-19, pelo facto é necessário a revisão das atitudes da sociedade, de modo a impedir que aconteça. Caso contrário, a situação poderá ser mais violenta.

Lembrou que a gestão da covid- 19 procura sempre pelo ponto de equilíbrio, entre salvar vidas e a economia, considerando que a vida humana não tem preço. Aconselha a população a ser disciplinada e cumprir com as medidas de biossegurança.

Dois óbitos e 228 novos casos nas últimas 24 horas

Entretanto, o país registou, nas últimas 24 horas, 228 novos casos de covid-19, entre os quais 209 em Luanda, seis em Cabinda, igual número no Uíge, quatro no Huambo, um no Bié, no Bengo e no Cuanza Norte, respectivamente.

As localidades mais afectadas a nível da província de Luanda são Belas, Cacuaco, Cazenga, Icolo e Bengo, Ingombota, Kilamba Kiaxi, Maianga, Sambizanga, Talatona e Viana. As idades dos infectados variam entre os quatros meses aos 85 anos. Dos 228 novos casos, 118 são do sexo masculino e 110 feminino.

Nas últimas 24 horas, foram registadas duas mortes na província de Luanda. As vítimas são cidadãos angolanos, com idades de 66 e 84 anos, respectivamente. Entretanto, as equipas médicas recuperaram 118 pessoas, com idades entre os dois e 83 anos.

O quadro epidemiológico a nível do país é de 25 mil e 279 casos positivos, 574 óbitos, 23 mil e 89 recuperados, mil e 616 activos, entre os quais 11 críticos, 13 graves, 74 moderados, 47 leves e mil e 471 assintomáticos. Até ontem se registava 145 doentes internados, 116 pessoas em quarentena institucional e outras mil e 229 contactos em vigilância epidemiológica.

Ainda ontem, os laboratórios processaram três mil e 497 amostras, perfazendo uma taxa de positividade de 6.5%. Contudo, o cumulativo aponta para 483 mil e 935 amostras processadas, com uma taxa cumulativa de 5.2%.