UE culpa China por colocar em risco paz e estabilidade no mar do Sul da China

UE culpa China por colocar em risco paz e estabilidade no mar do Sul da China

A União Europeia divulgou, na semana passada, uma nova política com o objectivo de aumentar a influência do bloco na região do Indo-Pacífico para conter o poder ascendente da China

A União Europeia (UE) afirmou que a China coloca em risco a paz no mar do Sul da China e exortou todas as partes a cumprirem uma decisão de 2016, que recusou a maior parte da reivindicação da China de soberania no mar, embora Pequim tenha rejeitado a resolução.

“As tensões no mar do Sul da China, incluindo a recente presença de grandes navios chineses no recife de Whitsun, colocam em risco a paz e a estabilidade na região”, afirmou um porta-voz da UE em comunicado no Sábado (24), citado pela agência Reuters. O bloco reiterou a sua forte oposição a “acções unilaterais que possam minar a estabilidade regional e a ordem baseada em regras internacionais”. A UE divulgou, na semana passada, uma nova política com o objectivo de aumentar a sua influência na região do Indo-Pacífico para conter o poder ascendente da China.

Zona de conflito Whitsun é um recife em forma de V em uma região rasa de corais no arquipélago das ilhas Spratly, ricas em recursos e que é reivindicada tanto por Pequim quanto por Manila. Na Sexta-feira (23), as Filipinas protestaram junto à China por Pequim não ter retirado o que Manila chamou de barcos “ameaçadores” tripulados por “milícias marítimas” em torno do recife de Whitsun, chamado de recife Julian Felipe nas Filipinas. A UE instou todas as partes a resolverem as disputas, pacificamente, de acordo com o direito internacional e destacou uma arbitragem internacional de 2016, que decidiu a favor das Filipinas, ao mesmo tempo que invalidou a maioria das reivindicações de Pequim no mar do Sul da China.

Numa declaração no Sábado (24), a missão chinesa na UE reiterou que o recife, que Pequim chama de Niué Jiao, faz parte das ilhas Nansha (Spratly), e que era “razoável e legítimo” que os barcos de pesca chineses operassem lá e se abrigassem do vento. A missão chinesa também insistiu que a soberania, direitos e interesses de Pequim no mar do Sul da China foram formados no “longo curso da história e consistente com o direito internacional” e rejeitou a decisão do tribunal de 2016 como “nula e sem efeito”.

“O mar do Sul da China não deve se tornar uma ferramenta para certos países conter e suprimir a China, muito menos um campo de luta para a rivalidade entre as grandes potências”, lê-se no comunicado chinês, citado pela mídia. Pequim está cada vez mais preocupada que a Europa e outros países atendam ao apelo do Presidente dos EUA, Joe Biden, por uma “abordagem coordenada” em relação à China, que até agora se materializou na forma de sanções contra alegada repressão à força de protestos em Hong Kong e ao suposto tratamento desumano dado aos muçulmanos uigures e outras minorias em Xinjiang. A China nega quaisquer abusos. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou em Março que Washington “está ao lado do seu aliado, as Filipinas”, em face da crescente milícia marítima da China no recife de Whitsun.