EUA dizem que ritmo de produção de energia nuclear da China está mais acelerado do que o previsto

EUA dizem que ritmo de produção de energia nuclear da China está mais acelerado do que o previsto

Agência de inteligência norte-americana acredita que o aumento do arsenal nuclear chinês está a acontecer de forma mais veloz do que a calculada, e alerta para a presença chinesa noutros continentes

Nesta Quinta-feira (29), durante a Audiência de Serviços Armados do Senado no Capitólio, em Washington, o tenente-general Scott Berrier, director da Agência de Inteligência de Defesa (DIA, na sigla em inglês), falou sobre o aumento do arsenal nuclear chinês, assim como a presença militar chinesa em países da África e da América do Sul.

O senador Jim Inhofe, que também estava na audiência, reportou as considerações do diretor da DIA num post na sua conta no Twitter.

A China está a tornar-se mais agressiva – expandindo a sua projecção de poder ao redor do mundo, inclusive em África. Eu mesmo vi evidências disso. O director da DIA, tenente-general Berrier, confirmou no dia 29 último que a China está a procurar colocar forças militares em África, bem como na América Latina e América do Sul.

De acordo com o general, a rápida acumulação nuclear é parte de uma “modernização militar maciça” por Pequim, lançada para servir como um “dissuasor”.

“Desde então, Pequim acelerou a sua expansão nuclear e está a caminho de superar a nossa projecção anterior. Espera-se que as forças nucleares do ELP continuem a crescer com o seu stock nuclear e dobrem de tamanho nesta década, aumentando assim a ameaça à pátria dos EUA”, disse o tenete-general Berrier.

O Exército de Libertação Popular (ELP) foi estimado pela DIA, em 2020, como estando em vias de duplicar o seu stock de ogivas nucleares até ao ano de 2030.

No dia 13 de Abril, os esforços do país asiático para expandir a sua influência também foram considerados uma das maiores ameaças aos EUA pelo Comité de Inteligência do Senado dos Estados Unidos (SSCI, na sigla em inglês), após a divulgação do seu relatório anual alertando sobre os amplos desafios colocados por Pequim, delineando não só questões militares, mas também operações de inteligência intensificadas e ataques cibernéticos.

O relatório coloca a pressão da China por “poder global” em primeiro lugar na lista de ameaças, seguida pela Rússia, Irão e Coreia do Norte, dizendo que “Pequim é cada vez mais um competidor próximo, desafiando os Estados Unidos em múltiplas arenas – especialmente economicamente, militarmente e tecnologicamente – e está a pressionar para mudar as normas globais”.

Assim como a previsão do director da DIA, o relatório afirmou que Pequim “não estava interessada em acordos de controlo de armas que restringem os seus planos de modernização”.

A China teria despertado a ira de Washington, quando se recusou a participar nas negociações em 2020 entre os EUA e a Rússia sobre a extensão do seu tratado bilateral de redução de armas nucleares, o Novo START.