Ambiente, um cheque sem fundo!

Ambiente, um cheque sem fundo!

O mundo assinalou, em meio a pandemia do Covid-19, o fim do plafond ambiental, para este ano, segundo o que se convencionou chamar de “cálculoambiental”. Surpreso? Eu também estou. Não sabia que havia uma forma de calcular o que poderemos gastar em termos de recursos naturais! Oscriadores deste cálculo, que estão mais para bancários do que para ambientalistas, encontraram uma forma dinâmica para chamar a nossa atenção sobre a atitude de rapina que utilizamos, quando usufruimos dos recursos naturais que o ambiente disponibiliza para a nossa sobrevivência.

De acordo com este cálculo, tudo o que retiramos do ambiente é à crédito, mas já estamos no vermelho, já que consumimos o que nos cabia e que era de borla. Afinal, qual é o significado desse crédito? Para já, significa que o pagamento do empréstimo vai doer e como está a doer (pelos menos entre nós. Como senão bastasse já a Covid, ainda tivemos de aturar a seca, os gafanhotos, o lixo, as moscas e as inundações. Decididamente, Abril não veio cumprir calendário.Veio competir)! A partir de agora, teremos poucos recursos naturais disponíveis e uma tremenda dívida a debitar, nomeadamente, o elevado custo de refazer o que “tão” diligentemente extinguimos e naturalmente também menos hipóteses de sobrevivência.

Por outras palavras: os efeitos negativos das alterações climáticas serão mais prolongados e em intervalos mais curtos e irregulares, isto é: seca prolongada e morte dos solos, escasses de água doce, aumento do nível do mar e consequente eliminação das zonas costeiras, sobre-aquecimento do mar e do ar, trazendo com isso inundações constantes e prolongadas, extinção da vida animal e da flora ao mesmo tempo que cresce o núme ro de refugiados ambientais e claro aumento exponencial da ameaça de extinção da vida humana (A humanidade, tal como a conhecemos, começa a desaparecer a partir de 2049. Assim prevê o Estudo da “Breakthrough National Centre for Climate Restoration”, publicado na Austrália) Assustador, não é? Claro que assusta, mas, enquanto mantivermos essa atitude, “eu não viverei, para presenciar esses acontecimentos”, nada faremos para evitar esse quadro previsível e sombrio para a vida humana e continuaremos a agir como se a terra se auto-regenerasse com recursos naturais inesgotáveis.

E como não vamos conseguir mesmo, até 2049, vamos pelo menos tentar deixar este planeta com alguma dignidade ambiental. O que fazer então? Interiorizar que, senão quer que o seu descendente morra de sede, porque não há água potável, não se alimente dos frutos do mar, porque está coberto de lixo e algas venenosas e como tal vai seguramente morrer de fome, porque não há terras aráveis, sendo obrigado a viver nas zonas altas e escuras, para pelo menos não sucumbir durante as intermitentes subidas e descidas de temperatura, com tempestades de areia e que tenha apenas 20 anos de vida saudável mas, para chegar aos 20, tenha que trocar partes do seu corpo para se adaptar às alterações climáticas, então devemos assumir uma atitude que preserve a nossa existência o mais cedo possível! Como assim?

Comece por gostar de viver em um ambiente saudável e faça na medida do possível, para mantê-lo sustentável. Cuide das zonas verdes. A árvore está no topo da lista de bens em vias de extinção e quando morre uma árvore, a terra envelhece. O planeta, por influência das alterações climáticas, está numa espiral de efeitos naturais, destrutivos e frequentes. Para aliviar essa pressão climática, precisamos plantar 1 mil milhão de árvores ao ano. Por isso, crie o hábito saudável de fazer pequenos gestos que, quando conjugados no seu todo, farão uma diferença significativa! Evite ao máximo o desperdício, enfim…Poupe no consumo d’água e de luz. Esforça-se na reciclagem do lixo que produz em casa. Lembre-se que o ambiente só é sustentável se cada um de nós fizer a sua parte. É simples, não é? E se parássemos por um dia completo, uma vez por ano ou a cada seis meses por exemplo, todo tipo de indústrias extractivas, transformadoras e os de transportes, terrestre, áereo e marítimo.

E, se nesse dia, limpássemos o planeta e plantássemos árvores? Em 2 anos, qual seria o “estado” do clima no planeta terra? Já agora. Sempre que sair para fazer aquela caminhada, faça plogging que, em tradução livre, significa “caminhe e limpe”! Para fazer plogging, é só levar consigo sacos, para colocar o lixo pelo caminho por onde passar e aproveite para depositar no contentor! A idéia do “caminhe e limpe” vem da Suécia e foi criada por Erik Ahlström. No fundo, trata-se de uma bem humorada combinação de duas actividades ao ar livre: enquanto caminha, exercita vários músculos do seu corpo e contribui para a sustentabilidade do espaço em que caminha.

POR: Carlos Ribeiro