É de hoje…O novo petróleo

É de hoje…O novo petróleo

Kevin John é o nome de um especialista que, nos últimos dias, abordou a problemática do turismo no país, apresentando algumas soluções que podem fazer de Angola um destino em que o chamado novo petróleo contribua para a sua economia.

Uma das propostas para o fomento do turismo, segundo o especialista, passa pelo facto de o Executivo promover “regularmente excursões, de autocarro, destinadas a empresas e trabalhadores públicos”.

Confiante, John sugere que a iniciativa seja “idealmente ministerial ou do Infotur, onde os trabalhadores públicos passariam a conhecer Angola por rodovias, com um itinerário bem desenhado e rico”.

“Projectos como este podem fomentar o turismo interno. E, por outra, precisamos ter uma presença digital para que os turistas internos e externos tenham acesso à informações fidedignas que lhes permitirão tomar decisões”, referiu, salientando que o mesmo poderá designar-se “Angola por autocarro”, citado pela Angop.

John não é o primeiro cidadão, nacional ou estrangeiro, a sugerir algumas soluções que podem alavancar o sector turístico interno. A questão da inclusão do Estado neste ambicioso projecto é salutar, mas por se saber está se os principais integrantes do Estado angolano estariam dispostos a tamanha vontade, não só promovendo mas também como consumidores dos produtos existentes.

Desde os tempos da escola primária, antes e depois da independência, Angola sempre foi descrita como sendo um país grande, rico e belo. Todavia, as suas belezas acabam por atrair mais pessoas como o John do que alguns dos seus próprios filhos.

É notório em conversas de bares e até mesmo noutras tertúlias que muitos angolanos acabam por conhecer melhor as avenidas lusitanas do que muitas das paisagens situadas a escassos quilómetros das nossas residências, vilas, aldeias ou cidades.

Durante largos anos, para muitos era ‘in’ assumir-se mais como um ocidentalizado do que propriamente angolanos, em particular, ou africanos, em geral. Só por isso se percebe que para muitos o ideal era enviar dinheiro, adquirir casas e investir até no turismo externo, não por falta de cultura turística, mas, sobretudo, porque pouco ou quase nada se identificam com este país.

Basta ver que são poucos os dirigentes que gozam as suas férias no país ou, quando possível, percorrem as estradas e outras vias deste país para desfrutar das mesmas belezas virgens que muitos buscam. Alguns dos problemas do país não ocorrem por falta de meios, mas sim por inexistência de amor por parte de muitos que deveriam dar o sinal.