Capitólio dos EUA aparece num vídeo iraniano a ‘explodir’ o que ameaça as negociações em curso

Capitólio dos EUA aparece num vídeo iraniano a ‘explodir’ o que ameaça as negociações em curso

Em meio às negociações para a retirada de sanções e retomada do acordo nuclear entre EUA e Irão, a TV iraniana transmitiu, no último Domingo (2), um vídeo em tom de ameaça, que pode afectar o entendimento entre os dois países. A televisão estatal iraniana Arab News exibiu um vídeo a mostrar um suposto ataque de míssil que faz explodir o Capitólio, em Washington, reforçando uma ideologia anti-Estados Unidos. O Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês), um braço das Forças Armadas iranianas, teria sido o autor do vídeo, que também mostra um grupo de clérigos iranianos a avançar em direcção a Jerusalém.

O canal relata que a gravação de 11 segundos foi transmitida no Domingo (2), antes de um discurso na televisão do líder supremo do país, o ayatolah Ali Khamenei. No início do vídeo, são vistos membros do IRGC, o lançamento de um míssil e uma montagem de uma explosão na cúpula da sede do Congresso norte-americano. Kasra Aarabi, analista do Tony Blair Institute, postou o vídeo no Twitter e destacou que na música ouvida no vídeo há uma frase em que o Capitólio é descrito como “o palácio da opressão”.

O senador republicano Pat Toomey retweetou o vídeo e defendeu a manutenção das sanções.

“Na semana passada, o diplomata-chefe do Irão, supostamente, admitiu que o IRGC é quem manda em Teerão. Agora, o Irão lança um vídeo falso do IRGC a explodir o nosso Capitólio. A prioridade da administração Biden deve ser garantir que o Irão não possa realizar tal ataque, não capitulando com a retirada das sanções”, enfatizou.

O vídeo foi ao ar enquanto as negociações continuam para reactivar o acordo nuclear de 2015. O Plano de Acção Conjunto Global (JCPOA) foi assinado em 2015 pelo Irão e pelo Grupo 5 + 1 (Reino Unido, China, França, Rússia, EUA e Alemanha) e estipula o cancelamento de uma série de sanções contra Teerão, que haviam sido impostas para evitar que o país desenvolvesse ou adquirisse armas nucleares. O pacto limita a 3,67% a pureza com que o Irão pode enriquecer urânio. No entanto, Teerão começou a aumentar a taxa de enriquecimento de urânio além desse limite depois que o ex-Presidente Donald Trump retirou os EUA do acordo, em 2018, e voltou a impor sanções ao país.