O projecto da UE de mobilidade militar com a participação dos Estados Unidos, Canadá e Noruega é um ‘salto quântico’, afirmou a ministra da Defesa alemã. A decisão de convidar os países ao projecto foi, formalmente, tomada nesta Quinta-feira (6)
A cooperação militar na União Europeia será impulsionada dado que a comunidade de 27 nações deixará, pela primeira vez, parceiros de fora do bloco (como os EUA, Canadá e Noruega) participarem num dos seus projectos, segundo a Reuters. “Será um salto quântico em termos de cooperação concreta”, disse a ministra de Defesa da Alemanha, Annegret KrampKarrenbauer, antes da primeira reunião presencial com os seus homólogos da UE em mais de um ano, em Bruxelas.
O projecto da UE de mobilidade militar, com a participação dos Estados Unidos, Canadá e Noruega, é projectado para facilitar o movimento das tropas por toda a Europa, o que a OTAN considera crucial em caso de conflito com a Rússia. A mobilidade militar visa melhorar o intercâmbio de informações entre os países da UE e reduzir a burocracia nas fronteiras, incluindo a harmonização das regras alfandegárias para permitir implantações rápidas e facilitar o transporte de equipamentos militares.
Na Quinta-feira (6), o Conselho de Ministros da Defesa da União Europeia aprovou a participação do Canadá, Noruega e EUA no projecto Cooperação Estruturada Permanente (PESCO, na sigla em inglês), segundo o comunicado da UE. “Em resposta às solicitações do Canadá, Noruega e EUA sobre a participação no projecto PESCO de Mobilidade Militar, o Conselho tomou uma decisão positiva, permitindo ao coordenador do projecto, os Países Baixos, convidar estes três países”, indica o comunicado.
A decisão significa que os membros da OTAN, Noruega, Canadá e Estados Unidos se tornarão os primeiros países estrangeiros a participar no projecto PESCO, que visa aprofundar os laços de defesa, conforme a Reuters. Desde que o acordo foi aprovado pelos líderes da UE, em 2017, o bloco destinou 1,7 bilião de euros do seu orçamento conjunto até 2028 para melhorar a chamada mobilidade militar em apoio à OTAN. O projecto é liderado pelos Países Baixos e reúne 25 Estados-membros do bloco, todos excepto Malta e Dinamarca.
Ontem (6), em Bruxelas, decorreu a reunião do Conselho de Negócios Estrangeiros da UE sobre Defesa. Os ministros da Defesa europeus foram informados pelo Alto Representante Josep Borrell sobre os assuntos actuais, analisando uma série de desenvolvimentos recentes, inclusive o Sahel, Ucrânia, Moçambique e Operação IRINI da Força Naval da UE, de acordo com o comunicado. Os ministros trocaram opiniões sobre gestão de crises e conversaram com o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg.