Directora da maternidade do Lubango apela à criação de um centro regional de oncologia

Directora da maternidade do Lubango apela à criação de um centro regional de oncologia

A direcção do Hospital materno-infantil Irene Neto, na cidade do Lubango, apelou, ontem, na capital huilana, a criação de um centro regional de oncologia, com o envolvimento dos Governos das três províncias que compõem a Região Sul (Namibe, Huíla e Cunene), para acudir a demanda.

O apelo, feito pela directora Irina Jacinto, surge pelo facto de a falta de um centro de oncologia estar a causar constrangimentos no tratamento de casos de cancro do ovário e da mama, que diariamente chegam a esta unidade sanitária.

Segundo a responsável, só de Abril até à data presente, foram diagnosticadas 18 mulheres com cancro do ovário, facto que preocupa as autoridades sanitárias da província da Huíla, pela complexidade da doença na fase de diagnóstico.

A doença, segundo Irina Jacinto, provocou a morte de seis mulheres desde o início do ano na província da Huíla. Para se alterar o quadro, a directora da maternidade do Lubango defende a necessidade de se criarem condições sanitárias que correspondam à demanda.

“Apelamos aos Governos do Namibe, Cunene, Huíla e Cuando Cubango porque, se houver sinergias, será um grande passo de se construir um centro regional de oncologia. Mesmo que inicialmente não tenhamos todos os recursos, devemos ter a possibilidade de fazer diagnóstico de formar gente, etc.”, defende.

Disse ser desolador ver pacientes que precisam de um tratamento, que não seja cirurgia, morrerem por não existirem condições para se deslocarem a Luanda. Ainda assim, a responsável daquela unidade sanitária informou que, ainda esta semana, vão realizar cirurgias de cancro do ovário em cinco mulheres que padecem da doença.

“Nós temos duas pacientes pendentes de cirurgias, com lesões que são suspeitas de malignidade, temos uma outra que deu entrada e está em estudo, tivemos de fazer uma cirurgia que consistiu na retirada do ovário, tivemos um de uma paciente, na semana passada, com um tumor de ovário gigante e este caso está em estudo para uma intervenção cirúrgica”, reportou.

Por outro lado, Irina Jacinto informou que ainda existem na unidade sanitária alguns casos que aguardam por cirurgia, tendo dito que os mesmos estão a merecer o acompanhamento de especialistas na província da Huíla. Entretanto, as autoridades sanitárias do país definiram o mês de Maio como o período de consciencialização do cancro do ovário que afecta a mulher, desde a infância até à fase adulta.