É de hoje…Implacável

É de hoje…Implacável

Está mais do que claro que só com um esforço conjunto se conseguirá inverter o quadro negro que desenhamos, cujo resultado tem sido a ocorrência de casos de Covid-19 na ordem dos três dígitos.

A Quarta-feira, 12 de Maio, foi um destes dias em que o relato habitual, apresentado pelo secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda, anunciou a ocorrência de mais 259 casos positivos e seis mortes, isto é, menos três em relação aos nove que há dias foram também revelados pelas autoridades.

Luanda, para não fugir à regra, continua a ser aquela província que testemunha o maior número de casos, nem tanto por causa da doença em si, mas pela relutância que os próprios cidadãos demonstram em acatar as medidas de biossegurança decretadas pelo Executivo.

Há dias, de forma assustadora, uma cidadã revelou que um indivíduo se tinha gabado aos microfones da Rádio Mais, em Luanda, que já terá provocado a detenção de três automobilistas por ele próprio não ter usado a máscara.

Trata-se de uma situação assustadora, o que revela, de algum modo ,a insensatez como determinados cidadãos se têm portado, numa fase em que, diariamente, outras dezenas ou centenas dão entrada nos hospitais que tratam da referida doença, sobrecarregando as condições inicialmente criadas.

Perante o cenário a que vimos assistindo, em que muitos, de forma propositada, infringem as regras, não há outro caminho que não seja a entrada em cena das autoridades policiais, à semelhança do que tem ocorrido noutros lugares no sentido de se travar a progressão da pandemia.

Mesmo que se discorde, em alguns momentos, da acção dos efectivos da Polícia Nacional, está mais do que provado que não será só com apelos e campanhas de sensibilização que se irá mobilizar muitos cidadãos que vivem como se nada estivesse a acontecer neste país e no mundo.

O aumento de número de cidadãos detidos e meios apreendidos na calada da noite, quando contrariamente ao estipulado no último decreto presidencial alguns estabelecimentos deveriam estar encerrados, revela o quão irresponsáveis muitos estarão a ser perante os perigos que correm. Daí a necessidade de a Polícia Nacional ser mesmo implacável, quer se queira ou não, como referiu o comandante-geral, comissário-geral Paulo de Almeida.