Presidente Nyusi reforça que não recusou ajuda internacional

Presidente Nyusi reforça que não recusou ajuda internacional

O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, disse, ontem, em Paris, que o combate ao terrorismo “não se faz sozinho” e o país não recusou “em nenhum momento” apoio internacional face aos ataques no Norte do país

“Não se combate o terrorismo sozinho e Moçambique em nenhum momento recusou apoio. Aliás, Portugal está em Moçambique com uma equipa de jovens que estão a trabalhar com as forças de Defesa, mas também países americanos e países africanos idem”, disse o chefe de Estado moçambicano, em declarações aos jornalistas no final do encontro com o primeiro-ministro português, António Costa, em Paris. Segundo Nyusi, “a próxima fase depende do contacto entre países, o que é que cada país tem para dar”.

O Presidente moçambicano participa hoje na Cimeira Sobre o Futuro das Economias Africanas, organizada pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, que decorre na capital francesa e junta mais de 20 líderes africanos e europeus. Por seu lado, António Costa disse que Portugal está “disponível para integrar” forças militares ou outros apoios a este país africano decididos no seio da União Europeia. “A União Europeia está, neste momento, a fazer a geração de forças para uma equipa técnica e de formação, em Moçambique, e estamos disponíveis para integrar outras forças e outros apoios que sejam necessários”, sublinhou o primeiro-ministro.

Filipe Nyusi tem ainda um encontro bilateral marcado com o Presidente Emmanuel Macron, seguindo depois para a Cimeira Sobre o Futuro das Economias Africanas, com a sua comitiva, que inclui os ministros das Finanças, dos Negócios Estrangeiros e da Energia. Grupos armados aterrorizam Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.500 mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED, e 714.000 deslocados, de acordo com o Governo moçambicano.

O mais recente ataque foi feito a 24 de Março contra a vila de Palma, provocando dezenas de mortos e feridos, num balanço ainda em curso. As autoridades moçambicanas recuperaram o controlo da vila, mas o ataque levou a petrolífera Total a abandonar, por tempo indeterminado, o recinto do projecto de gás com início de produção previsto para 2024 e no qual estão ancoradas muitas das expectativas de crescimento económico de Moçambique na próxima década.