Estratégia de Moçambique para conter insurgência jihadista deixa vizinhos perplexos, segundo a media

Estratégia de Moçambique para conter insurgência jihadista deixa vizinhos perplexos, segundo a media

A demora de Moçambique em confirmar a sua necessidade de ajuda, por parte de seus vizinhos, para combater a insurgência islâmica no seu território parece não ser compatível com o plano regional delineado pela ministra de Segurança da África do Sul, Ayanda Dlodlo

Segundo Dlodlo, apesar de a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC, na sigla em inglês), constituída por 16 nações, estar disposta a intervir, Moçambique ainda precisa de enviar um convite ao bloco político regional para que os seus membros constituintes possam enviar forças, de acordo com a agência Bloomberg.

Na Terça-feira (18), Dlodlo afirmou que a SADC estaria ciente do que é necessário fazer, contudo, “Moçambique está a envolver um número de países fora da SADC para buscar assistência em conter a insurgência no país, para que não se propague pelo resto da região. A SADC, por sua vez, tem a vontade política e militar de intervir assim que for convidada”, citado pelo media. Filipe Nyusi, presidente de Moçambique, aceitou várias ofertas de ajuda estrangeira tanto a nível de treinamento militar quanto de cooperação de inteligência.

Não obstante, o líder moçambicano afasta, por enquanto, a hipótese de intervenção militar estrangeira directa, uma vez que teme que a soberania nacional possa ser ameaçada. Grande parte dos indivíduos responsáveis pelos eventos em Cabo Delgado corresponde a jovens e pobres moçambicanos, mas há também ugandeses, tanzanianos e congoleses nas fileiras dos criminosos. “Existem alegações de que há sul-africanos dentro dos grupos insurgentes em Moçambique […].

Os rumores dizem que eles foram detidos. A África do Sul gostaria de ter acesso a esses indivíduos, de modo a questioná-los com os nossos homólogos moçambicanos”, declarou Dlodlo, citada pela Bloomberg. Até agora, as forças militares moçambicanas não conseguiram controlar os grupos jihadistas que afirmam ser aliados do Daesh. Os ataques violentos conduzidos por estes grupos mataram cerca de 2.838 pessoas e deslocaram mais de 700 mil para fora das suas áreas de residência habituais.