“Mão amiga” do PR chega a Benguela

“Mão amiga” do PR chega a Benguela

U m contingente de mais de 100 toneladas de produtos diversos, com destaque para os da cesta básica, chegou à província de Benguela na tarde de Quarta-feira, 26, e vai ser destinado a milhares de famílias carenciadas nos municípios do Sul de Benguela. O gesto é da Presidência da República e visa mitigar o quadro de fome vigente no Sul do país.

O Governo Provincial de Benguela já tem definido os principais focos de fome, onde, inclusive, pessoas se vêem obrigadas a alimentar-se de frutos silvestres e farelo (alimento destinado aos porcos), para citar apenas estas opções de algumas famílias. A vice-governadora para o Sector Político, Económico e Social, Deolinda Valiangula, refere que as mais de 100 toneladas de bens, dentre os quais óleo e massa alimentar, feijão, acúcar, fogões e louças, vão, prioritariamente, ser distribuídos a quem realmente esteja na categoria de vulnerável nos 10 municípios, devidamente cadastrados pelo Gabinete de Acção Social.

O levantamento feito pelo Governo, no primeiro trimestre deste ano, sugere que as regiões mais afectadas pela fome são as que se encontram localizadas na faixa Sul de Benguela. Tal é o caso, por exemplo, da Ganda, Cubal, Chongorói e Caimbambo. “Nós fizemos um trabalho aturado junto das administrações municipais e concluímos que a parte Sul está muito mais afectada”, observa.

Esta acção da Presidência da República, na pessoa do seu titular, João Lourenço, surge numa altura em que a província de Benguela se tem debatido com vários problemas de fome decorrentes da falta de chuva em muitas regiões, devastando vários hectares de culturas. Até Dezembro de 2020, os dados do Gabinete da Acção Social apontavam para a existência de mais de 25 mil famílias em estado vulnerável, mas, segundo uma fonte governamental, os números têm vindo a aumentar vertiginosamente.

Questionada pela imprensa se o Governo vai sistematicamente sujeitar-se a movimentos de solidariedade para obter alimentos de que muitas famílias necessitam, a governante socorreu-se de planos de desenvolvimento do Governo para sustentar a tese de que a intenção é fomentar a produção local, de modo a obter uma base alimentar necessária para “nutrirmos os nossos filhos”. “Mas, como sabe, tivemos problemas sérios com a chuva e temos de reconhecer e dar a mão à palmatória, porque ainda não estamos educados para a agricultura de regadio(…). Agora precisamos de aliar este trabalho de apoio também à educação da nossa população para optarmos pela cultura do regadio, para evitarmos circunstâncias desta natureza”, frisou.

POR: Constantino Eduardo, em Benguela