Êxodo de jovens na Muxima afecta Igreja Católica

Êxodo de jovens na Muxima afecta Igreja Católica

Cada vez que um grupo da faixa juvenil resolve deixar a localidade, a igreja local também perde alguns membros, uma situação que compromete e limita, por alguns momentos, certas actividades religiosas

O reitor do Santuário da Nossa Senhora da Muxima, na vila com o mesmo nome, município da Quiçama, em Luanda, padre Vicente de Melo, reconheceu, recentemente, que a decisão forçada de muitos jovens abandonarem a referida localidade para prosseguirem com a sua formação noutras paragens da província e de Angola está a afectar muito a igreja.

“Então os cérebros dessa vila vão-se e isso também afecta aqui na igreja local, porque os fiéis do Santuário estudam e, quando terminam, deixam de tomar parte das actividades daqui”, referiu o padre Vicente de Melo, asseverando que, neste ano, a sua instituição vai perder muitos membros jovens, por se encontrarem a finalizar o ensino Pré-universitário (PUNIV).

Segundo o reitor do Santuário da Muxima, há quem prefira ainda encontrar oportunidades noutras províncias.

Essa situação preocupa grandemente o clérigo, ao ponto de estar disposto a encontrar formas de travar a saída de pessoas em idade activa dessa vila.

Para a efectivação dessa intenção, que o padre Vicente acredita ser de quase todos os habitantes e dos que aí trabalham, ele pensa em contar com a colaboração dos decisores do município e não só.

O responsável do lugar sagrado garantiu que ele e a sua equipa não estão parados, pois, aos poucos, têm estado a trabalhar para a inversão desse quadro.

“Mas como essa é uma vila muito pequena e muito pobre, a população jovem quando termina o ensino médio, inevitavelmente a juventude vai para as cidades mais próximas, a fim de dar continuidade aos seus estudos”, reforçou.

O que o padre Vicente de Melo não quer mesmo que aconteça é que a falta de condições para os habitantes daí prosseguirem com a sua formação académica e a carência de empregos suscite a delinquência na pacata vila da Muxima.

“E, ultimamente, está a registar- se o aumento de criminalidade, normalmente, protagonizada por forasteiros”, referiu o clérigo, tendo revelado que, em duas semanas, a sua instituição já foi assaltada quatro vezes e roubaram-lhes muitos pertences.

Pelo contacto que tiveram com a polícia, nessa altura, o organismo que vela pela ordem e tranquilidade públicas havia garantido aos missionários que já tinham tomado conhecimento e estavam a trabalhar no assunto.

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